quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

VT Editais para criadores e produtores negros

FOI MAL ... (racismo à brasileira)



http://br.noticias.yahoo.com/blogs/michel-blanco/foi-mal-192316299.html

Foi mal…



Não há preconceito racial no Brasil. Tudo não passa de mal-entendido... Esta é a resposta padrão de quem é pego em uma das incontáveis cenas cotidiadas de discriminação, evidência de legado brasileiríssimo: o racismo velado.
Em São Paulo, a maternidade Santa Joana publica em seu site informações aos futuros pais. Em um dos textos, há dicas para mães que querem alisar os cabelos crespos da filhas: “Muitas crianças nascem com os cabelos crespos ou rebeldes demais. Com a adesão cada vez maior às técnicas de alisamento, algumas mães recorrem a essas alternativas para deixarem as crianças mais bonitas.” Isso, você leu “mais bonitas”. E o que são cabelos “rebeldes demais”? Com a repercussão da história, o hospital retirou o post do ar.
Em Campinas (SP), policiais da PM que atuam em bairro nobre cumprem a determinação de abordar “indivíduos em atitude suspeita, em especial os de cor parda e negra”. A orientação consta de ordem de serviço assinada pelo comandante do batalhão, e se tornou pública graças à repórter Thais Nunes, do “Diário de S.Paulo”. O Comando da PM nega teor racista na determinação, dizendo que apenas descreve suspeitos de furto na região. Pode ser, mas a reportagem pediu documento semelhante, em que o alvo das abordagens fossem suspeitos brancos. Não obteve resposta.
No Rio de Janeiro, uma família vai a uma concessionária da BMW em busca de um carro novo. O casal, pais de cinco filhos, estão acompanhados do caçula, adotivo e negro. Enquanto conversavam com o gerente de vendas, o garoto se aproxima do pai, quando é enxotado pelo funcionário da loja. “Eles pedem dinheiro e incomodam os clientes”, justifica-se, ignorante da situação. Naturalmente, os futuros compradores deixaram a loja atônitos, e buscam retratação pública.
Claro que nos três casos tudo não se passou de “mal-entendido”, como explica representante da concessionária em e-mail enviado aos pais. Ora, a maternidade também diz que “não foi sua intenção ofender qualquer pessoa", e o comando da PM paulista reconhece um "deslize de comunicação" (deixaram escapar o que, aliás, já se sabe). A lógica do discurso do mal-entendido é a do “deixa disso”, de que só mesmo sendo muito melindroso para se ofender. “Coisa de complexado, né?”.
Ocorre que não só existe racismo no Brasil como nos esforçamos em ignorá-lo, tamanha é a força persuasiva da ideia de que o último país escravocrata do continente possa ser livre de preconceito racial sem encarar sua herança. Engano persistente desde a origem do mito fundador nacional, que vinga como solução imaginária para tensões de uma nação formada de maneira autoritária, de cima para baixo.
Contra esse papinho do mal-entendido, os pais do menino carioca criaram uma página no Facebook: “Preconceito racial não é mal-entendido. É crime”. Simples assim.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

ÁFRICA - MALI



http://noticias.terra.com.br/mundo/africa/veja-como-era-a-vida-no-mali-colonia-da-franca-ha-mais-de-60-anos,60394ddd2c78c310VgnVCM5000009ccceb0aRCRD.html

Veja como era a vida no Mali colônia da França, há mais de 60 anos

29 de Janeiro de 2013 17h23 atualizado às 17h30

domingo, 27 de janeiro de 2013

RACISMO NA BMW?



http://www.brasil247.com/pt/247/rio247/91832/Antropóloga-disseca-caso-de-racismo-na-BMW.htm



SOPHIE STEWART - a verdadeira autora de "The Matrix"




  • ✽ Fato ✽

    SOPHIE STEWART - Hollywood - EUA

    # COMO SAQUEAR A INTELECTUALIDADE PRETA DESDE O EGITO ATÉ OS DIAS CONTEMPORÂNEOS.
    ...

    Sophia Stewart uma afroamericana que afirma ser a autora de 'The Matrix' vai finalmente receber o que lhe é devido pela violação dos direitos autorais de sua obra original, com o caso de violação de copyright sendo finalmente decidido por um tribunal.

    A disputa que já dura seis anos e agora foi concluída envolveu Sophia Stewart, os irmãos Wachowski (diretores de 'Matrix'), Joel Silver e Warner Brothers. As alegações Sophia Stewart, envolvendo infração de direitos autorais e extorsão foram bem recebidos e completamente reconhecidas pelo Distrito Central da Califórnia em em julgamento presidido pela juiza Margaret Morrow.

    A ação de Sophie Stewart pela violação de seus direitos autorais que tinha sido arquivada há 10 anos, foi iniciada em 1999 após a exibição do aclamado filme Matrix, quando ela percebeu que o roteiro havia sido baseado em seu manuscrito, "O Terceiro Olho", com direitos autorais a ela creditados desde 1981. Stewart afirmou que em meados dos anos oitenta apresentou o seu manuscrito respondendo ao um anúncio colocado pelos irmãos Wachowski, solicitando uma história de ficção científica que pudesse ser trasformada mais tarde num filme.

    Segundo a documentação judicial, "uma investigação do FBI descobriu que mais de trinta minutos do filme original tinham sido editados numa tentativa de evitar sanções por violação de direitos autorais. A investigação também afirmou que “testemunhas confiáveis, empregados da Warner Brothers alegaram em juízo que os executivos e advogados da companhia tinham pleno conhecimento de que o trabalho em questão não pertencia aos irmãos Wachowski.

    "Essas testemunhas afirmaram que tinham visto o trabalho original de Stewart sendo "usado frequentemente durante a preparação dos filmes." Os réus tentaram, em várias ocasiões ver o caso de Stewart arquivado, mas sem sucesso ".

    Sophia Stewart fez um comunicado à imprensa dizendo:

    "As franquias de filmes Matrix e Exterminador do Futuro fizeram a história do mundo e, em última análise mudaram a forma como as pessoas vêem filmes e como Hollywood faz negócios, mas a verdade é que a respeito da criação das histórias desses filmes continuam a iludir as pessoas, porque o segredo escondido da questão é que esses filmes foram criados e escritos por uma mulher negra ... uma mulher negra chamada Sophie Stewart.

    Mas Hollywood não quer que você saiba desse fato simplesmente porque ele iria mudar a história. Também incentivamos nossos filhos negros para realizar o sonho e que não nada impossível deles conseguirem.”

    Nova York, 11 nov (THAINDIAN NEWS)

    Tradução: by Spirito Santo.

    fonte: http://blogs.indiewire.com/shadowandact/sophia-stewart-the-matrix-lawsuit-conspiracy-or-hoax
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NEGROS, VÍTIMAS ESQUECIDAS DO NAZISMO


http://www.dw.de/negros-v%C3%ADtimas-esquecidas-do-nazismo/a-675862

Negros, vítimas esquecidas do nazismo

As pessoas de cor também estiveram na mira de Hitler, mas poucos historiadores cuidam do tema, apresentado agora pela primeira vez numa exposição no Centro de Documentação do Nazismo, em Colônia.
Um cisco nos olhos arianos de Hitler e seus homens
Início dos anos 30 na Alemanha. Os rádios transistorizados tocam jazz. Josephine Baker dança suas criações, que se tornariam lendárias. Nos salões de baile na capital alemã, as pessoas dançam entusiasmadas o ritmo da moda. Música negra é chique, moderna, na República de Weimar. Composta por Ernst Krenek, a ópera Jonny spielt auf, sobre um músico negro de jazz, torna-se um sucesso em 1927.
Josephine Baker, 1936
Mas a vida de quem tem pele de cor na Alemanha passa a ser cada vez mais perseguida pela sombra do nazismo e suas idéias desvairadas sobre o "puro" povo alemão. Ao lado dos judeus e dos políticos oposicionistas, os negros eram um cisco no olho ariano de Hitler e seus homens. E assim o destino de todos eles foi sacramentado pela Lei das Raças, de 1933.
Esta parte da história alemã está apresentada agora na primeira exposição do mundo sobre o tema. "Identificação especial: preto – Negros no Estado Nazista" (Besonderes Kennzeichen: Neger – Schwarze im NS-Staat) reúne pôsteres, panfletos, filmes, áudios e fotos e está à disposição do público num local mais do que autêntico: o Centro de Documentação do Nazismo em Colônia. O velho prédio pertenceu à Gestapo, a polícia secreta de Hitler, que ali interrogava e torturava suas vítimas.
Soldados franceses no campo de prisioneiros de guerra de Luckenwalde
Passado desprezado
– Até hoje a história do negros que viviam na Alemanha antes da subida ao poder dos nazistas permanece desconhecida do grande público. Naquela época, não era apenas através da cultura que os negros se sobressaíam, mas também com sua presença nas ruas: imigrantes do Caribe, africanos, norte-americanos negros que haviam fugido da crise econômica nos EUA para a Alemanha, diplomatas, imigrantes das colônias e marinheiros. Idealizador da exposição, Peter Martin, da Fundação de Incentivo à Cultura e Ciência, de Hamburgo, estima em 10 mil o número de pessoas de cor residentes na Alemanha naquela época.
"Perigosa peste", segundo a propaganda nazista
Eram negras e negros que haviam construído suas vidas na Alemanha, se casado com alemães e alemãs e com eles gerado filhos – os chamados Rheinlandbastarde (bastardos da Renânia). Muitos deles foram mais tarde esterilizados à força pelos nazistas. A máquina de propaganda nazista atacava as pessoas de cor. Eram rotuladas como uma perigosa peste. E assim elas sumiram da vida pública. O que restou foi uma montanha de papéis da burocracia. As pessoas simplesmente desapareceram, segundo Martin, que há anos dedica-se à história da minoria negra na Europa.
Negro ataca uma mulher em cartaz de propaganda
Destino ignorado
– O denuncismo, sobretudo através da imprensa, estava na ordem do dia. Cartazes apresentavam os negros como um perigo para as mulheres alemães. O que aconteceu com a maioria deles, de 1933 a 1945, é difícil de saber. Muitos conseguiram deixar o país a tempo. Outros foram enviados para os campos de concentração. Não poucos serviram de cobaias para pesquisas dos nazistas.
Campo de concentração de Dachau, 1945
Talvez tenham sido centenas, possivelmente milhares os que morreram. Em apenas 15 a 20 casos os historiadores encontraram provas de assassinato por nazistas, ressalta Martin, que conseguiu montar a atual mostra graças a donativos financeiros de Jan Philipp Reemtsma, realizador da polêmica exposição Crimes da Wehrmacht.

DW.DE

LANÇAMENTO DO PLANO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL PARA COMUNIDADES DE MATRIZ AFRICANA

http://africas.com.br/portal/seppir-lanca-plano-de-desenvolvimento-sustentavel-para-comunidades-de-matriz-africana-2/

Em janeiro 27, 2013 Autor Da Redação Categoria(s): Destaque do Áfricas - Via Email

SEPPIR lança Plano de desenvolvimento sustentável para comunidades de matriz africana

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Silvany Euclênio
Solenidade será no dia 29 de janeiro, às 17h, no Salão Negro do Ministério da Justiça, em Brasília, DF. O documento reúne políticas voltadas para a garantia de direitos, proteção do patrimônio cultural e da tradição africana no Brasil e o enfrentamento à extrema pobreza com ações emergenciais e de fomento à inclusão produtiva
A Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR) lança terça-feira, 29 de janeiro, às 17h, o I Plano Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana. A solenidade acontece será no Salão Negro do Ministério da Justiça, em Brasília, DF. O documento reúne um conjunto de políticas públicas, que objetivam a garantia de direitos, a proteção do patrimônio cultural e da tradição africana no Brasil, e o enfrentamento à extrema pobreza com ações emergenciais e de fomento à inclusão produtiva.
De acordo com a ministra da SEPPIR, Luiza Bairros, o plano resulta do reconhecimento por parte do governo federal, da necessidade de articular as iniciativas e os esforços dos diversos ministérios e órgãos para garantir direitos, efetivar a cidadania e combater o racismo e a discriminação que incidem sobre os povos e comunidades tradicionais de matriz africana no Brasil.
Povos e comunidades tradicionais de matriz africana são grupos populacionais que se organizam a partir dos valores civilizatórios e da cosmovisão trazidas para o país no contexto do sistema escravista, e que possibilita um contínuo civilizatório africano no Brasil, constituindo territórios próprios caracterizados pela vivência comunitária, pelo acolhimento e prestação de serviços à comunidade.
Ações prioritárias
“O plano é um instrumento de planejamento e implementação das ações prioritárias para esse segmento populacional, construído com base no Plano Plurianual, PPA 2012-2015”, explica a secretária de Políticas para Comunidades Tradicionais da SEPPIR, Silvany Euclênio. O documento está estruturado nos eixos “Garantia de Direitos”, “Territorialidade e Cultura” e “Inclusão Social e Desenvolvimento Sustentável”.
A SEPPIR coordena o grupo de trabalho que envolve mais 10 instituições federais responsáveis pela execução, monitoramento e revisão do plano. Além da SEPPIR, respondem pelo plano os Ministérios do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Meio Ambiente, Saúde, Educação, Cultura, Planejamento, Orçamento e Gestão, Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Fundação Cultural Palmares, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
Serviço:
O que – Lançamento do I Plano Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana
Quando – 29 de janeiro de 2013, às 17h
Onde – Salão Negro do Ministério da Justiça, em Brasília, DF
Coordenação de Comunicação

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

"Ataques às religiões de matriz africana chegaram a um nível insuportável"



 http://noticias.terra.com.br/brasil/,1130803c90b5c310VgnCLD2000000ec6eb0aRCRD.html?fb_ref=FBRecommPluginTerra


Ministra diz que evangélicos querem acabar com religiões africanas
22 de Janeiro de 2013 03h24
 
A ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Luiza Bairros, disse nesta segunda-feira que os ataques às religiões de matriz africana chegaram a um nível insuportável. 'O pior não é apenas o grande número, mas a gravidade dos casos que têm acontecido. São agressões físicas, ameaças de depredação de casas e comunidades. Nós consideramos que isso chegou em um ponto insuportável e que não se trata apenas de uma disputa religiosa, mas, evidentemente, uma disputa por valores civilizatórios', disse ao chegar ao ato lembrando o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa no Vale do Anhangabaú, centro de São Paulo.
O número denúncias de intolerância religiosa recebidas pelo Disque 100 da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência cresceu mais de sete vezes em 2012, quando comparada com a estatística de 2011, saindo de 15 para 109 casos registrados.
Para a ministra, os ataques são motivados principalmente por alguns grupos evangélicos. 'Alguns setores, especialmente evangélicos pentecostais, gostariam que essas manifestações africanas desaparecessem totalmente da sociedade brasileira, o que certamente não ocorrerá', disse Luíza, que acrescentou que esta semana deverá ser anunciado um plano de apoio às comunidades de matriz africana. 'Nós queremos fazer com que essas comunidades também sejam beneficiadas pelas políticas públicas', completou.
No ato promovido pela prefeitura paulistana foi lançada a Secretaria Municipal de Promoção da Igualdade Racial. Segundo o prefeito, Fernando Haddad, a celebração é uma forma de fazer com que as pessoas que ainda têm preconceito contra as religiões afrobrasileiras reflitam sobre a importância da tolerância. 'Eu penso que a expressiva maioria dos moradores de São Paulo abraça essa causa de convivência pacífica, tranquila, com respeito e a tolerância devida ao semelhante. Agora, existe uma pequena minoria para qual o recado aqui é dado: que há uma grande maioria que quer viver tranquilamente', disse.
O recado da tolerância também está sendo promovido pelo grupo multirreligioso Paulistanos pela Paz, que há 8 anos atua para conscientizar principalmente a juventude. 'Nós estamos coordenando visitas a escolas, faculdades para dar palestras, seminários, para trazer esse questionamento à tona. Porque a intolerância brota da incapacidade de conviver com o diferente', disse o Reverendo Mahesh, coordenador do grupo e representante do Hinduísmo Hare Krishna.
Membro do Centro Cultural Ilê-Ifa, o maestro Roberto Casemiro, também defendeu a atuação com a juventude como forma de combater o preconceito. Na opinião de Casemiro, para muitos jovens, em especial os envolvidos em grupos que promovem o ódio, como os skinheads, falta conhecimento e falta cultura. 'E quem não tem nem conhecimento, nem cultura, não tem respeito'.
Evangélico de confissão luterana, o pastor Carlos Mussukopf, acredita que a melhor maneira de evitar o preconceito é unindo as diferentes religiões entorno de objetivos e ideias comuns. 'Devemos procurar o que nos une, o que nos unifique, o que nós temos em comum. E que a gente também saia da teoria, dos encontros de diálogo e passe para a prática. Existem tantos desafios na sociedade que nós vivemos que exigem uma ação unificada também das religiões. Vamos ver questão da população de rua, da natureza', disse.
Agência Brasil

A proposito do racismo do comando da PM, em Campinas...

http://www.afropresscomunicacao.com/post.asp?id=14327#.UQKXtaavGl5.facebook

Muita coincidência ou muita incompetência!
Reginaldo Bispo


Coordenador Nacional de Organização do MNU - Fracção MNU de Lutas
A proposito do racismo do comando da PM, em Campinas....
Nos preparativos da última Conferencia Nacional da Segurança Pública, promovida pelo Governo federal, em 2009/10, tivemos a oportunidade de assistir um video de um capitão negro da PM do Rio grande do Sul, na ativa, afirmando que haviam instruções internas, de comando, para abordar e reprimir com energia pessoas negras e pardas.
Anos antes tivemos acesso a um manual interno da PM de SP, onde haviam instruções explicitas neste sentido, caracterizando e fazendo juízo de valor quanto ao perfil dos marginais, de novo, a caracterização recaia sobre negros. Tive a oportunidade, ao ser abordado no centro de Campinas, por PM, de perguntar-lhes o porque, só a nós (eu e outro irmão)? A resposta foi: "Quando você for assaltado vai saber!". Quer mais provas do racismo da PM?
Em 1984, foi assassinado o Benê, um jovem trabalhador negro (irmão de um cabeleireiro famoso na cidade), por dois PMs à paisana, que faziam bico em uma farmácia do Cambuí (bairro mais antigo de Campinas, com moradores semelhantes ao do Taquaral) sob acusação de que havia um suspeito com as mesmas características, praticando furtos na vizinhança.
Dois ou três anos depois, durante o julgamento dos assassinos (protegidos pelo Comando), um juiz auditor militar perguntou às testemunhas de acusação, se o falecido era militante de algum movimento negro. Não contente em receber uma resposta negativa, justificou a inquirição com uma perola: "É que os militantes do MN, fazem-se sempre de vitima!", tentando condenar pelo crime o morto.
Agora, um oficial da comunicação da PM faz o mesmo; alega que “racismo é o que tentam fazer” interpretando a “Ordem”, chamando atenção para uma população (negra e parda) “que já é tão discriminada”, segundo ele. Invertendo, tentando acusar de racismo às avessas quem denunciou as provas do racismo, com que eles tem constrangido tantas pessoas, com demonstrações de abuso de autoridade, uso de força excessiva, quando não com violência e agressões que terminam em assassinato das vitimas, sob alegação de Auto de Resistência.
Falsificações descaradas, que contam com o apoio do Comando, do Governo Alckmin, dos deputados estaduais, federais e senadores e da justiça. A hipócrita, açodada e individualista, classe média branca, corre a apoiar como se todo pobre preto fosse um descumpridor da lei.
O Taquaral é um bairro burguês de Campinas, cerca o Parque Portugal, logradouro público frequentado por milhares de pessoas diáriamente, aumentando nos fins de semana. Além de muitos bares e boates que funcionam a noite. É natural que entre esses muitos, os negros também o frequentem. Afinal aqui não é a África do Sul dos anos 70, só faltava ser diferente!?
O que se lê na ordem assinada por quatro oficiais é objetiva e genérica, para “abordar com rigor pessoas negras ou pardas, aparentando 18 a 25 anos, com rigor”. Não cita denuncia de moradores, nem cita as ocorrências que posteriormente o oficial negro, capitão do mato, tira da algibeira para justificar o ato racista. Aliás, eles sempre fazem isso, quando pegos em fragrante inquestionável, arranjam um pretinho subalterno e conivente para fazer o serviço sujo, justificando o injustificável.
Ocorre que há um exército de civis hipócritas, que mal sabendo do caso, corre a apoiar as justificativas oficiais: a turma do "acho isso acho aquilo", que dá pitacos definitivos, com base nas informações oficiais. O eterno senso comum de que, se se meteu com a policia, então é culpado. O problema é que a policia é quem se mete com quem não deve nada.
O voluntarismo da PM, ao intimidar e tentar impedir a presença dos munícipes negros no bairro, fere o direito constitucional de ir e vir (não de uma pessoa, mas de um coletivo), de um povo, uma vez que não há nenhuma orientação anterior, em toda cidade do mesmo Comando, que cite características brancóides nos potenciais suspeitos; é racista, crime de lesa Humanidade, imprescritível e inafiançável, punido com prisão fechada.
A justificativa posterior de que foi em razão de denúncia de moradores, mas não está estampada na “ordem”. Acusar como responsável pela redação inapropriada a secretaria é improcedente e ridículo! Quatro oficiais assinam a tal “Ordem” e nenhum leu a mesma? É muita coincidência ou muita incompetência!
Fico com a explicação lúcida de uma internauta, que não cito o nome por razões óbvias. “Eles sempre dizem que não é racismo.... que tá tudo dentro da legalidade e que é exagero da cabeça de gente neurótica. Mas aí você vai ver os relatos e as estatísticas e percebe que, coincidentemente, é justamente esse o grupo mais reprimido e assassinado pela polícia. Se o comandante queria fazer um ofício assim, deveria ter especificado não só a cor da pele e a idade (já que a PM sempre pega pesado com esse grupo, mesmo), mas... os retratos falados, ou outras formas de identificação que não aumentassem ainda mais a suspeita sobre todo e qualquer grupo de jovens negros..... eu que sou mulher branca classe média não sei o que é ser considerada suspeita em um ofício só por andar na rua, só quem sente isso na pele todo dia sabe o significado disso

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

ZÓZIMO BULBUL, morre aos 75 anos


http://oglobo.globo.com/cultura/morre-ator-cineasta-zozimo-bulbul-aos-75-anos-7385481

Morre o ator e cineasta Zózimo Bulbul, aos 75 anos

  • Ativista trabalhou em 'Cinco vezes favela' e organizava o Encontro de Cinema Negro Brasil, África & Américas
  • Ele sofria de câncer e não resistiu a uma parada cardíaca
Publicado:
Atualizado:
Zózimo Bulbul, um dos principais ativistas do movimento negro na cultura brasileira, morreu nesta quinta-feira Foto: Simone Marinho / Agência O Globo
Zózimo Bulbul, um dos principais ativistas do movimento negro na cultura brasileira, morreu nesta quinta-feira Simone Marinho / Agência O Globo
RIO - O ator e cineasta Zózimo Bulbul morreu nesta quinta aos 75 anos em seu apartamento, na praia do Flamengo, ao lado da mulher, Biza Vianna, com que era casado havia 30 anos. Não deixa filhos. Sofreu um infarto às 9h50. O velório será na Câmara Municipal, na Cinelândia, de 17h a 20h, e na sexta de 8h às 11h. O sepultamento será sexta, dia 25 de Janeiro, às 12h, no cemitério São Francisco Xavier, no Caju.
Chacrinha chamava o ator Zózimo de “o negro mais bonito do Brasil”. Em 1969, Zózimo foi par romântico de Leila Diniz na novela “Vidas em conflito”, da TV Excelsior”. O escândalo fez com que a censura da ditadura militar vetasse a novela. Aproveitando-se da polêmica, o estilista Dener convidou Zózimo para desfilar, tornando-o o primeiro manequim de uma grande grife brasileira. “Fui capa de revista, um sucesso! Só que não me conformaria em ser um ator vazio”, contava.
Sua carreira havia começado nas peças do Centro Popular de Cultura da UNE e se encorpou no cinema, no qual se tornou um dos maiores expoentes da cultura afro-brasileira, como fazia questão de ressaltar, nas décadas de 1960 e 70. Estreou em em 1962, em “Cinco Vezes Favela”, um dos no marcos do Cinema Novo. Fez mais de 30 filmes, incluindo clássicos como “Terra em transe”, de Glauber Rocha”, “Compasso de espera”, de Antunes Filho” e “Grande sertão”, de Geraldo Santos Pereira.
Amigo de Vinicius
Em 1974, estreou como diretor com o curta em preto e branco “Alma no Olho”, uma reflexão da identidade negra por meio da linguagem corporal. Zózimo aproveitara os negativos que sobraram do filme de Antunes Filhos para rodar seu curta-metragem. Os integrantes da censura achavam que a obra tinha tom “subversivo” e o chamaram para depor. Perguntaram sob ordem de quem ele havia feito feito tão sofisticado, imaginando que chegariam a uma complexa mente comunista. “Sob ordens do amigo e poeta Vinicius de Moraes”, respondeu Zózimo.
Para o documentarista e antropólogo Noel Santos de Carvalho, que defendeu em 2006 na USP a tese de doutorado “Cinema e representação racial: o cinema negro de Zózimo Bulbul”, “Alma no Olho” é sua obra-prima. Lembrou ao GLOBO que o filme foi baseado no livro “Soul Ice”, de Eldridge Claver, líder dos Panteras Negras, grupo radical norte-americano dos anos 60/70.
— As imagens cruas em preto e branco mostram Zózimo na frente da câmera fazendo uma série de pantomimas que contam a historia do negro desde sua saída da Africa até os Panteras Negras. Tudo isso em dez minutos. Marcará a todos os que se interessarem pela historia do negro no audiovisual brasileiro. Obra de um artista capaz de conectar sua historia, pessoal com a historia do seu povo. Sem cair no nacionalismo babaca que vigorou na década de 1970.
Seu filme mais conhecido, no entanto, é um documentário de 1988 intitulado “Abolição”, com entrevistas de personalidades sobre o centenário da abolição.
Fundador do Centro Afro Carioca de Cinema que, realizou no final do ano passado o 6º Encontro de Cinema Negro Brasil/África. Realizou três curtas, cinco medias e um longa-metragem, todos com foco na cultura afro descendente e na luta contra as desigualdades. Em 2010, a convite do governo do Senegal, Zózimo fez o média- metragem “Renascimento Africano”, que mostra o país nas comemorações dos 50 anos de independência deste país.
Uma das últimas entrevistas que concedeu foi para documentário em produção do cineasta americano Spike Lee. Em novembro, comentou como transcorreu a conversa.
— Tinha morado em Nova York quando a ditadura apertou por aqui. Fiz muitos contatos, que sempre me ajudaram na organização dos festivais de cinema. Spike esteve no Brasil e o único cineasta brasileiro que quis entrevistar foi a mim. Porque ele sabia do meu comprometimento com os irmãos africanos e em fazer com que o cinema seja ferramenta de luta.
Zózimo já estava enfraquecido pelo câncer que enfrentava havia alguns anos. Falava com dificuldade. Estava muito atento ao noticiário e enalteceu a figura do presidente do STF, Joaquim Barbosa, na condução do julgamento do mensalão.
— Que maravilha de atuação. Impôs-se com rigor e inteligência como não se via há muito.
A ministra da Cultura Marta Suplicy divulgou nota de pesar:
"Zózimo Bulbul teve uma trajetória fantástica, reconhecida. Mais que um ícone do seu tempo, é alguém que rompe paradigmas, faz o novo e por isso se torna conhecido no Brasil e no exterior. Ele nos deixa o exemplo de quem sempre quis fazer mais e melhor. E fez."

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/cultura/morre-ator-cineasta-zozimo-bulbul-aos-75-anos-7385481#ixzz2Iva3ftoI
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África: Um Continente sem História?

África - uma história rejeitada

A História do Racismo

Good Hair ft. Chris Rock- HD Official Trailer

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

FILME: liga de futebol de negros



O Futebol

Histórica liga de futebol formada por negros vai virar filme

canelas pretasO fato de Antonio Carlos Textor estar com um novo curta-metragem pronto é importante, por ser ele um nome de enorme referência do cinema gaúcho. Mas, em meio à divulgação do documentário A Liga dos Canelas Pretas, um inventário histórico sobre a presença do negro na sociedade gaúcha, Textor, 80 anos, avisa: não desistiu de realizar seu primeiro longa-metragem.
Textor é padrinho afetivo da geração de cineastas gaúchos que despontou nos 1980 com os curtas realizados na bitola Super-8. Reverência devida por ser ele, nos filmes que realizou nas décadas de 1960 e 1970, um pioneiro no registro de uma Porto Alegre urbana, quando à época imperavam na cinematografia gaúcha as produções regionalistas. E tanto na ficção, com o tom ensaístico da crônica audiovisual contemporânea, quanto no documentário histórico, pautado pelo rigor da pesquisa, Textor imprimiu uma marca autoral em mais de 20 filmes. E sempre lhe cobraram um longa-metragem.
– Estive por três vezes para realizar um, mas sempre fui desviado dele ou por falta de recursos ou por outras atividades – explica Textor. – Por um tempo, fui morar em São Paulo, administrei a farmácia da família e depois comecei a trabalhar com produção de eventos. Mas agora tenho um roteiro pronto e aprovação para captação de financiamento pela Lei Rouanet. Vou começar a correr atrás de dinheiro para viabilizar o filme.
Chama-se Um Vago Rumor de Vida esse projeto de longa, resumido pelo realizador como “uma crônica urbana que intercruza um grupo de personagens no centro da Capital”.
Mas, antes, Textor quer promover A Liga dos Canelas Pretas, curta no qual ele tira o véu de um fato histórico pouco conhecido. Em 1910, um grupo de negros criou a Liga Nacional de Futebol Porto-Alegrense, no embalo da fundação de Grêmio (1903) e Internacional (1909), clubes então restritos a atletas brancos. A iniciativa, no clima do grande preconceito racial daquele período, foi jocosamente apelidada como Liga dos Canelas Pretas – em 1926, Dorval, revelado na liga, rompeu a barreira e tornou-se o primeiro craque negro do Inter.
– Os registros oficiais da liga se perderam na enchente de 1941 – explica Textor. – Essa história foi praticamente ignorada pela imprensa e sobreviveu na memória oral da comunidade negra e em raríssimas fotografias. Muita gente, inclusive entidades ligadas ao movimento negro, desconhece esse episódio.
A Liga dos Canelas Pretas, porém, não trata apenas desse peculiar episódio. Relembra ainda, com depoimentos de historiadores, antropólogos e personalidades da cultura local, o processo de inserção social e cultural da população negra, que, naquele começo de século 20, vivia em guetos como a Ilhota, a Colônia Africana e o Areal da Baronesa. Textor prepara o lançamento oficial do curta, com 36 minutos de duração, “para breve”, com uma sessão especial em sala de cinema:
– Depois, vai circular em escolas, entidades sociais e cinematecas. Esse é o destino dele.
Prolífico, Textor tem na fila ainda mais quatro curtas: uma trilogia que adapta contos de Lendas do Sul, de Simões Lopes Neto, e outro sobre Guido Mondin, destacando o lado artista do político gaúcho que também foi um reconhecido pintor.

Fonte: Zero Horas

HERANÇA DA CASA GRANDE

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Mino Carta e a Herança da Casa Grande

casa grandeNão quero que os ricos chorem, dizia o líder do PSD sueco, Olof Palme, quero é que os pobres riam. Palme, social-democrata autêntico, foi primeiro-ministro e crente denodado da igualdade social. Sublinho autêntico para que não seja confundido com nossos social-democratas de fancaria.
Palme, assassinado por um demente, é um herói de outro tempo, quando a religião do deus mercado ainda não vingara, dois impérios dividiam a terra e as esquerdas da Europa Ocidental contribuíam de forma determinante para o progresso dos seus povos. Não existiam oligarquias financeiras para mandar mais que os governos nacionais e anátemas eram lançados contra o chamado "capitalismo selvagem".
É do conhecimento até do mundo mineral que a crise dos dias de hoje foi deflagrada pela aplicação dos mandamentos neoliberais, que ela não poupa o Brasil e que os remédios aviados até agora pelos governos do ex-Primeiro Mundo mostram-se incapazes de combater a origem do mal. Quando não cuidam, abertamente, de proteger quem provocou o desastre, e mesmo de fortalecer-lhe o poder.
Vivemos o tempo dos super-ricos e dos superpobres. A diferença entre uns e outros tornou-se voragem infinda, abismo sem fundo. O Brasil também conta com seus super-ricos, arrolados nas listas anualmente propostas ao espanto global. Esta privilegiadíssima tigrada dispõe de fortunas calculáveis em bilhões e não é fácil entender como se deu esta frenética, desenfreada multiplicação de dinheiro, enquanto bilhões de seres humanos morrem de fome.
Sem pretender parafrasear Olof Palme, eu diria que os super-ricos me incomodam muito menos do que os aspirantes a super-ricos. Medram no Brasil, em diversos patamares da escada social, burgueses e burguesotes de diversos calibres. Classes A e B1, digamos, sem excluir de pronto os anseios recônditos de inúmeros remediados. Pergunto: que ricões, ricos, riquinhos e sonhadores de riqueza são estes?
Algo é certo: não se trata dos burgueses que fizeram a Revolução Industrial e a Revolução Francesa. Do meu modesto ponto de vista, anoto que classe média tem um significado no Brasil e outro em diversos cantos do globo. Claro, existem parâmetros econômicos para medições precisas, embora pareça dilatada demais a separação entre limites mínimo e máximo fixados no Brasil para figurar na categoria.
Coube à burguesia acabar com as monarquias por direito divino e selar de certa forma, e de vez, o fim da antiguidade medieval. A classe média europeia é uma larga maioria que incorporou e alargou os horizontes burgueses, em termos de cultura no sentido mais amplo. Nada disso se aplica ao Brasil, onde a casa-grande e a senzala, ou se quiserem, os sobrados e os mocambos, continuam de pé, ao sabor de uma aparente contemporaneidade que não lhes abranda os efeitos.
A ostentação do luxo é típica de uma herança resistente na ausência de saber e verdadeiro refinamento, dramaticamente compensados por atitudes toscas e mesmo vulgares. Há exceções, mas não passam disto. Não é por acaso que o Brasil conta com um exército de mais de 7 milhões de empregados domésticos. Recorde mundial estabelecido quando há décadas este gênero de serviçal é cada vez mais raro nos países democraticamente evoluídos. E nem se fale de manobristas, passeadores de cachorros, babás. E assim por diante.
E que dizer da segurança privada, dos soturnos senhores de terno escuro e gravata, escalados para a proteção de patrões em trajes esporte fino, eventualmente de bermudas? Há, mundo afora, senhores graúdos que não dispensam guarda-costas, capangas, jagunços. Não é simples distinguir, porém, quem manda de quem obedece, e este não se perfila à porta de prédios e mansões, de lojas de comércio retumbante ou de restaurantes hoje habilitados a figurar entre os mais caros do planeta.
Sim, o país do futuro é estranhamente obsoleto e continua a pagar caro por três séculos e meio de escravidão.
Fonte: Carta Capital

AQUI NÃO É LUGAR PARA VOCÊ!

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Aqui não é lugar para você. Saia'! Criança de 7 anos sofre racismo em concessionária BMW

logo autokraftUma ida à concessionária da BMW Autokraft, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, na tarde de sábado (12), deixou o casal Ronald Munk e Priscilla Celeste indignado. Pais de cinco filhos, foram à loja acompanhados do caçula, de 7 anos, que é negro e adotado, em busca de um automóvel novo para família. Enquanto conversavam com o gerente de vendas sobre os carros, dizem ter sido surpreendidos com uma atitude preconceituosa do funcionário quando a criança se aproximou dos três. O BMW Group enviou uma nota ao G1 em que pede desculpas ao casal.


O casal contou como foi a conversa do gerente. "Ele disse: 'Você não pode ficar aqui dentro. Aqui não é lugar para você. Saia da loja. Eles pedem dinheiro e incomodam os clientes'", contou a professora Priscilla, lembrando que o gerente não havia se dado conta de que o menino era filho do casal.
"Imediatamente peguei meu filho pela mão e saí da loja. Somos clientes da concessionária há anos. Inclusive temos um vendedor que sempre nos atende. Esperamos dias por uma retratação, não tomamos nenhuma atitude imediata e não acionamos a polícia para preservar nosso filho", acrescentou.
Ronald, que é consultor, conta que não é a primeira vez que acontece esse tipo de situação com seu filho, e que indagou o gerente sobre a sua atitude.
"Cheguei a perguntar o motivo daquela reação. Quando eu afirmei que aquela criança negra era o nosso filho, ele ficou completamente sem ação, gaguejou e pediu desculpas. Sem entender nada, nosso filho chegou a questionar por que não aceitavam crianças naquela loja já que havia uma televisão passando desenhos animados", diz o consultor.

Na nota da assessoria de imprensa, encaminhada nesta quarta-feira (23) ao G1, o BMW Group informou que tomou conhecimento do fato em e-mail enviado por Ronald e Priscilla, em janeiro deste ano. Veja a íntegra da nota abaixo:

Nota da empresa

"O BMW Group gostaria de esclarecer que tomou conhecimento dos fatos relatados na matéria abaixo, através do e-mail enviado em 16/01/2013 pelos Senhores Ronald e Priscilla Munk e prontamente solicitou esclarecimentos à concessionária Autokraft através de uma notificação entregue na mesma data.

O BMW Group informa ainda que nenhum funcionário seu esteve presente na data do acontecimento narrado, não podendo dessa forma atestar a veracidade dos fatos relatados por parte dos clientes, tão pouco da concessionária.

Confirmamos que o BMW Group, apesar de não ter conhecimento dos fatos, em respeito aos seus clientes, enviou mensagem aos mesmos, desculpando-se pelo ocorrido e explicando a sua relação jurídica e comercial com a concessionária, a qual é regida pela lei nº 6729/79, que proíbe o BMW Group de adotar qualquer postura que influencie a gestão administrativa da concessionária e desautoriza a empresa a intervir ou influenciar nas atividades diárias de seus concessionários."

Retratação da BMW

Ronald e Priscilla aguardaram quatro dias por uma retratação da concessionária. Segundo eles, a pretensão não era acionar a Justiça, e sim não deixar que esse fato acontecesse novamente e com outras pessoas. Decidiram, então, enviar um e-mail para a BMW Brasil relatando o ocorrido.
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A reposta veio rapidamente através do gerente regional de vendas. No e-mail, a empresa diz lamentar o fato ocorrido, pede desculpas pela situação e enfatiza que o compromisso da BMW é prestar um atendimento com excelência.
O casal agradeceu a resposta, sobretudo por reconhecer que o fato realmente ocorreu nas dependências da loja, mas não achou que somente isso era suficiente. Os pais exigiram então uma reposta sobre quais medidas seriam tomadas em relação ao funcionário e como a empresa agiria para que esse fato não acontecesse nunca mais.
Sete dias após o incidente dentro da loja, um novo e-mail com o assunto "desculpas" foi enviado ao casal, desta vez por um representante da Autokraft. Nele, a empresa se diz ciente do ocorrido e afirma que o gerente da loja "entendeu que o casal não estava acompanhado por qualquer pessoa, incluindo a criança. E já que ela estava absolutamente desacompanhada na loja, o funcionário teria alertado o garoto que ele não poderia ali permanecer e que tudo não passou de um mal-entendido". O correio é finalizado com a seguinte mensagem: "Tenho imenso prazer em tê-lo sempre como cliente amigo".
'Mal-entendido'
O termo "mal-entendido" provocou especial indignação em Priscilla e Ronald, que criaram, no último domingo (20), a página no Facebook “Preconceito racial não é mal-entendido”. A intenção, segundo eles, é reunir histórias de preconceito e alertar as pessoas para que não aceitem desculpas e explicações descabidas. A página teve 1,2 mil acessos, segundo ela, em três dias. Até o fim da noite de quarta, 230 pessoas haviam "curtido".
preconceitoface
“Compartilhamos a página só com amigos. Agora já tem um monte de gente contando histórias muito parecidas com a nossa. Preconceito racial é crime. As pessoas têm que tomar conhecimento disso e não se calarem”, concluiu Priscilla.


Fonte: Globo

PM DÁ ORDEM PARA ABORDAR "NEGROS E PARDOS" DEPOIS DE ASSALTO

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Violência Racial & Policial

Campinas: Após assalto em bairro luxuoso, PM dá ordem para abordar ‘negros e pardos’

por THAÍS NUNES
Desde o dia 21 de dezembro do ano passado, policiais militares do bairro Taquaral, um dos mais nobres de Campinas, cumprem a ordem de abordar "indivíduos em atitude suspeita, em especial os de cor parda e negra". A orientação foi dada pelo oficial que chefia a companhia responsável pela região, mas o Comando da PM nega teor racista na determinação.
O documento assinado pelo capitão Ubiratan de Carvalho Góes Beneducci orienta a tropa a agir com rigor, caso se depare com jovens de 18 a 25 anos, que estejam em grupos de três a cinco pessoas e tenham a pele escura. Essas seriam as características de um suposto grupo que comete assaltos a residências no bairro.
LagoaTaquaral-Foto-Sergio-Tadeu-de-Carvalho-560x428A ordem do oficial foi motivada por uma carta de dois moradores. Um deles foi vítima de um roubo e descreveu os criminosos dessa maneira. Nenhum deles, entretanto, foi identificado pela Polícia Militar para que as abordagens fossem direcionadas nesse sentido.
Para o frei Galvão, da Educafro, a ordem de serviço dá a entender que, caso os policiais cruzem com um grupo de brancos, não há perigo. Na manhã de hoje, ele pretende enviar um pedido de explicações ao governador Geraldo Alckmin e ao secretário da Segurança Pública, Fernando Grella.
O DIÁRIO solicitou entrevista com o capitão Beneducci, sem sucesso. A reportagem também pediu outro ofício semelhante, em que o alvo das abordagens fosse um grupo de jovens brancos, mas não obteve resposta até o fim desta edição.
Fonte: Diário SP