sexta-feira, 25 de abril de 2014

Debate: Violência contra a juventude negra


http://www.seppir.gov.br/noticias/ultimas_noticias/2014/04/ministra-luiza-bairros-discute-violencia-contra-a-juventude-negra-em-colegio-nacional-dos-procuradores-gerais

Ministra Luiza Bairros discute violência contra a juventude negra em Colégio Nacional dos Procuradores Gerais

Data: 25/04/2014
No encontro terça-feira, em Brasília, a chefe da SEPPIR irá propor parcerias com o Ministério Público, visando o enfrentamento do problema, que tem vitimado famílias inteiras e já afeta a conformação demográfica do país
 Ministra Luiza Bairros discute violência contra a juventude negra em Colégio Nacional dos Procuradores Gerais
Ministra propõe pacto nacional para dar basta nas mortes, pelo fim dos assassinatos e pela apuração rigorosa dos crimes

Na próxima terça-feira (29/04), às 10h, a ministra Luiza Bairros participará de reunião do Colégio Nacional dos Procuradores Gerais dos Estados e da União (CNPG), em Brasília. Sua intervenção será no sentido de abordar os reiterados casos de violência contra a juventude negra e as possíveis parcerias entre o Ministério Público e o órgão do qual é titular, a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), visando o enfrentamento do problema.

“O momento exige um esforço coordenado dos poderes da república e das três esferas de governo, além de instituições privadas, pela consolidação de um pacto nacional para dar um basta nas mortes, pelo fim dos assassinatos e pela apuração rigorosa dos crimes”, afirma a ministra Luiza Bairros.

Demonstrando preocupação com a impunidade das agressões praticadas contra a população negra, a ministra destaca a gravidade de acontecimentos recentes, que tem causado ampla comoção na população brasileira e internacional, como os casos do pedreiro Amarildo de Souza, de Cláudia Silva e do dançarino Douglas Rafael, que são representativos do quadro atual por terem grande repercussão na mídia.

Uma das medidas apontadas pela ministra como urgentes para interromper esse processo de violência contra a juventude negra é a aprovação do Projeto de Lei (PL) 4.471/2012. A iniciativa conta com o apoio da SEPPIR e prevê a alteração do Código de Processo Penal para dispor sobre procedimento de instauração de inquérito nos casos em que o emprego da força policial resulta em morte ou lesão corporal grave, os conhecidos “autos de resistência”. O PL foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça e na Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados e aguarda votação em plenário.

“A expectativa é que o PL 4.471 contribua para a efetiva apuração dos casos de violência contra a juventude negra pelo aparato policial”, declara a ministra, segundo a qual a aprovação do Projeto de Lei, aliada a outras medidas capazes de alterar comportamentos discriminatórios, devem ser adotadas com urgência pelos diferentes setores da sociedade para garantir o respeito à democracia e a uma vida livre das tentativas de desumanização da pessoa negra. “As relações sociais precisam caminhar na mesma direção dos avanços que o país vem experimentando nos últimos anos, mostrando coerência com os esforços de inclusão do governo federal”, afirmou ainda.

O PL 4.471 conta também com o apoio de outras instituições ligadas aos direitos humanos, como o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, por meio da Comissão Nacional da Igualdade, que repudia e atua no combate à violência contra a juventude negra.

Juventude Viva
- Na avaliação dos gestores da SEPPIR, os casos de racismo e das mortes de jovens negros ganharam maior visibilidade por causa da atuação da sociedade civil, através do movimento social negro, e do Governo Federal que inseriu o tema como prioritário nas políticas públicas, a partir da implementação do Plano Juventude Viva.

Voltado à prevenção da violência contra a juventude negra, o Plano é coordenado pela SEPPIR e pela Secretaria Geral, órgãos da Presidência de República. O Juventude Viva conta com a participação de outros nove ministérios que tem ações de desconstrução da cultura de violência, inclusão social e acesso a direitos, transformação dos territórios e aperfeiçoamento institucional.

“A SEPPIR tem acompanhado com muita atenção os casos de violência noticiados no país e tem insistido junto aos órgãos responsáveis para a adoção de medidas de enfrentamento ao racismo institucional e a utilização de instrumentos que possibilitem a mudança de paradigmas da cultura de violência que persiste na atividade policial”, assegura o coordenador do Juventude Viva da SEPPIR, Felipe Freitas.

Disque Igualdade Racial - De acordo com o ouvidor da SEPPIR, Carlos Alberto Silva Júnior, o “Disque Igualdade Racial”, serviço para recebimento e encaminhamento de denúncias de racismo e discriminação racial, deverá ser lançado até julho desse ano. A implantação do serviço cumpre o que dispõe o Estatuto da Igualdade Racial (Lei 12.288/2010), e inclui a formação de uma rede de instituições, que atuarão nos Estados apoiando vítimas de racismo.

“A Ouvidoria Nacional da Igualdade Racial vem acompanhando todos os casos de violência e racismo que aconteceram esse ano, instando as autoridades competentes a apurar devidamente cada episódio. São exemplos os chamados rolezinhos (SP-RJ-DF), os casos dos torturadores de jovens negros (RJ-ES), o assassinato de Cláudia Ferreira (RJ), a prisão injusta do ator Vinícius Romão (RJ), entre outros igualmente perversos e revoltantes”, conclui Carlos Júnior.

Coordenação de Comunicação da SEPPIR

Alteração em Lei, garante proteção à honra e dignidade dos grupos


http://www.brasil.gov.br/cidadania-e-justica/2014/04/sancionada-lei-que-garante-protecao-de-grupos-etnicos-e-religiosos

Lei vai garantir proteção de grupos raciais, étnicos e religiosos

Sanção presidencial

Dilma aprova alteração da Lei da Ação Civil Pública para incluir proteção à honra e dignidade dos grupos
por Portal Brasil publicado: 25/04/2014 08:56 última modificação: 25/04/2014 08:56
A presidenta Dilma Rousseff alterou, na última quinta-feira (24), a Lei 7.347, de 24 de julho de 1985 - a Lei da Ação Civil Pública - para incluir a proteção à honra e à dignidade de grupos raciais, étnicos ou religiosos. A lei sancionada foi publicada no Diário Oficial da União desta sexta-feira (25).
Atualmente, a ação civil pública já é prevista nos casos de danos ao meio-ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico, paisagístico e de infração da ordem econômica. Com a alteração, o texto passa a vigorar também à favor da honra e à dignidade de grupos raciais, étnicos ou religiosos.
Ainda segundo a normativa, poderá ser ajuizada ação cautelar, caso necessário, a fim de evitar os danos à honra e à dignidade dos grupos.
O texto aprovado no Senado dia 19 de março deste ano foi elaborado em 1997 pelo então senador Abdias Nascimento, morto em 2011. O parlamentar era conhecido pelas lutas em prol da igualdade para as populações afrodescendentes. À época, Abdias disse considerar inegável a dispersão e a precariedade da legislação a respeito do tema.
Fonte: Portal Brasil, com informações da Imprensa Nacional e do Senado Federal
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quinta-feira, 24 de abril de 2014

Poderosa! Lupita Nyong`o a mais bonita do mundo.



https://br.celebridades.yahoo.com/blogs/notas-omg/poderosa-lupita-nyong-%C3%A9-eleita-mulher-bonita-mundo-151407427.html

Poderosa! Lupita Nyong’o é eleita a mulher mais bonita do mundo

Atriz mexicana tem sua beleza reconhecida (Reprodução/People)Lupita Nyong'o, 31, vencedora do Oscar de melhor atriz coadjuvante por sua atuação no filme "12 Anos de Escravidão", foi eleita como a mulher mais bonita do mundo pela revista "People".
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Em entrevista concedida à publicação, a artista se mostrou toda empolgada em receber o título. "Foi animador e um enorme elogio. Eu fiquei feliz por todas as meninas que me verão na capa e se sentirão um pouco mais vistas", declarou.
Mexicana criada no Quênia, a famosa confessou que nem sempre se sentiu feliz com sua aparência, pois associava a beleza com "pele clara e cabelos longos, esvoaçantes e lisos". "Subconscientemente, você começa a gostar mais dessas coisas do que daquilo que você é".
Hoje, Lupita se sente satisfeita com os elogios que ouve. "Gosto quando sou chamada de linda sem estar usando uma gota de maquiagem. E também antes de pentear meu cabelo e colocar um vestido bonito". Sobre o segredo da beleza, ela comentou: "A felicidade é a coisa mais importante".
O diretor editorial da revista americana, Jess Cagle, explicou a escolha de Lupita no programa de televisão "Today": "Ela é fantástica. Ela é a última moda. Não houve competição possível. Geralmente, há muito debate, mas desta vez estávamos todos de acordo. Ela é obviamente talentosa, obviamente bonita, incrivelmente estilosa, mas o jeito com que ela se porta, com tanta graça e humildade, foi o que a colocou no topo".
As informações são do portal "UOL".

Era piada? "Cabelo vassoura de bruxa"



http://www.diariodocentrodomundo.com.br/era-piada-a-dancarina-negra-que-nao-gostou-de-ouvir-que-tem-cabelo-vassoura-de-bruxa/

Era piada? A dançarina negra que não gostou de ouvir que tem “cabelo vassoura de bruxa”



Postado em 23 abr 2014
O desabafo de Arielle, retirado do ar horas depois
O desabafo de Arielle no Facebook, retirado do ar horas depois

Em seu programa, o apresentador Fausto Silva soltou um comentário racista ao falar de uma das dançarinas da cantora Anitta. Ele relembrava uma declaração que a dançarina Arielle Macedo fez durante o quadro Arquivo Confidencial, no ano passado, quando disse “Arielle com cabelo vassoura de bruxa”.
O comentário de Faustão é típico do racismo predominante no Brasil: travestido de piada e dentro de um contexto cordial, bem humorado.  Não causaria comoção algumas décadas atrás, quando Luiz Caldas lançava a sua “Fricote”, dos versos “nega do cabelo duro, que não gosta de pentear”, e negros na TV só apareciam nos clipes da recém-nascida axé music ou em papéis de bandidos ou escravos.
Só que o mundo está mudando e o Brasil, lentamente, também. Entre o lançamento de “Fricote” e a fala do Faustão, os Estados Unidos elegeram Obama, Lewis Hamilton foi campeão mundial de Fórmula 1, a atriz Lupita Nyong’o emprestou sua beleza para divulgar os produtos da Lancôme e, bem ou mal, Joaquim Barbosa virou presidente do STF.
Bailarina e coreógrafa, Arielle é negra e usa seus cabelos naturalmente crespos. Em um episódio da websérie “Faça: dança”, produzida pelo Multishow, Arielle conta que o estilo do cabelo foi influência da mãe.
Na sua página do facebook, a dançarina disse ter se ofendido e que é normal ouvir comentários parecidos com o do Faustão.
“Sobre o episódio do Faustão de ontem… fico muito feliz pelo carinho e por de alguma forma vcs me defenderem! Se me ofendi… claro, na hora sim! Mas apelidos é o q mais recebo por aí na rua. Só que eu tenho a minha forma de me manifestar quanto a isso. O cabelo é meu, a vida é minha e me acho linda, e isso é o mais importante! Não me deixo oprimir por nada e nem opinião de ninguém! E se vc se sente bem com isso é assim q deve agir. Enquanto isso estou andando por aí com meu “cabelo de vassoura de bruxa” que eu amo. E que me desculpem as pessoas normais oprimidas pela sociedade. É, eu não sou normal! O racismo sempre vai existir ele se fortifica quando nos sentimos ofendidos . Se estou bem e certa de que eu sou, dana-se a opinião dos outros! Apenas intensificarei minha água oxigenada! Aceita que dói menos!”
O desabafo foi retirado da página algumas horas depois.
Se Arielle, que é linda e está conquistando fama e sucesso na carreira artística ouve críticas por se recusar a aderir à estética eurocêntrica, imagine como é o dia-a-dia das negras anônimas que só querem poder usar o cabelo que a natureza lhes deu?

arielle
Marcos Sacramento
Sobre o Autor
Marcos Sacramento, capixaba de Vitória, é jornalista. Goleiro mediano no tempo da faculdade, só piorou desde então. Orgulha-se de não saber bater pandeiro nem palmas para programas de TV ruins.

quarta-feira, 23 de abril de 2014

25 de Julho - Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra


http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/DIREITOS-HUMANOS/465261-CAMARA-APROVA-DIA-NACIONAL-DE-TEREZA-DE-BENGUELA-E-DA-MULHER-NEGRA.html
03/04/2014 - 17h39

Câmara aprova Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra

A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou na terça-feira (1º), em caráter conclusivo, proposta do Senado (PL 5746/09) que institui a data de 25 de julho como Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra. A proposta segue para sanção presidencial.
Gustavo Lima
Evandro Milhomen
Evandro Milhomen apresentou parecer favorável ao projeto.
O relator do projeto, deputado Evandro Milhomen (PCdoB-AP), ressalta que Tereza de Benguela foi uma líder quilombola que viveu no Mato Grosso do Sul. “Sob sua liderança, o Quilombo Quariterê resistiu à escravidão por duas décadas, e sobreviveu até 1770”, sustenta.
América Latina
A autora do texto, ex-senadora Serys Slhessarenko, destaca que, em toda a América Latina, apenas o Brasil ainda não comemora o Dia Internacional da Mulher Negra em 25 de julho. “É preciso criar um símbolo para a mulher negra, tal como existe o mito Zumbi dos Palmares. As mulheres carecem de heroínas negras que reforcem o orgulho de sua raça e de sua história”, sustenta.
A comissão aprovou também o PL 5371/09, da deputada Fátima Pelaes (PMDB-AP), em análise conjunta, que inclui, no calendário comemorativo nacional, o dia 25 de julho como Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha.

Íntegra da proposta:

Reportagem – Maria Neves
Edição – Pierre Triboli

A reprodução das notícias é autorizada desde que contenha a assinatura 'Agência Câmara Notícias'

quinta-feira, 17 de abril de 2014

A Escravidão e a questão entre cota racial ou social


http://www.brasil247.com/pt/247/favela247/137064/A-escravid%C3%A3o-e-a-quest%C3%A3o-entre-cota-racial-ou-social.htm

terça-feira, 8 de abril de 2014

O “pente que me penteia” vêm de África: Histórias de identidade racial e afetividade


http://blogueirasnegras.org/2014/04/07/o-pente-que-me-penteia-vem-de-africa-historias-de-identidade-racial-e-afetividade/

O “pente que me penteia” vêm de África: Histórias de identidade racial e afetividade


Em um mundo que tem como padrão de beleza, algo praticamente inatingível pra grande maioria das mulheres, branco, magro, loiro, que exclui e influencia na auto-estima de milhares de mulheres, a aparência acaba sendo um fator de extrema importância, para debater a afetividade da população negra, em especial das mulheres.
Eu, enquanto uma mulher negra, gorda e Black, certamente não me encaixo neste padrão. Em especial, meu cabelo é o ponto chave deste não-padrão que vivo diariamente. Duro, pinxaim, volumoso, bombril, são alguns dos nomes pelo qual, o tipo de cabelo que tenho vem sendo chamado ao longo da história, apelidos racistas que buscam inferiorizar e invisibilizar estas madeixas, que desde sempre cresceram pra cima, afirmando o lugar ao qual pertenço. Um lugar chave e originário de diversos outros lugares. Este lugar á Mãe África. Terra dos meus antepassados e de uma história que me foi negada pela colonização, pelo imperialismo, e que por vezes me tem sido negada pela Diáspora.
Minha relação com o cabelo sempre foi um problema. Muito cedo, a minha mãe alisava começou o processo de alisamento do meu cabelo, como uma forma de “amansa-lo”. E as formas de chegar a isso eram diversas, desde os alisamentos tradicionais até o famoso henê, que segundo a tradição popular “alisa e ainda pinta de preto”.
Mas meu cabelo sempre foi resistente. Parecia dizer a cada alisamento, o que ele queria e o que não queria, sempre teve vida própria. Lembro de minha mãe, reclamar intensamente sobre o fato dos alisamentos não darem certo, apesar do alto investimento. Em especial uma experiência me marcou, como o ferro que marcava as costas dos meus antepassados que sequestrados, vieram para esta terra chamada Brasil.
Aos 8 anos, minha mãe adoeceu. Nada grave, mas a deixou alguns meses de cama, impossibilitando que esta cuidasse do meu cabelo. Este cabelo que já havia sido modificado, reprimido, derrubado pela ação do racismo, que encontrava na figura da minha mãe, uma mulher branca, uma forma de se reproduzir em minha vida.
Nesta impossibilidade de “cuidar” do meu cabelo, ela me levou ao salão do bairro, e pediu que ele fosse cortado no estilo “ Joãozinho”. Lembro de sair do salão aos prantos e de ouvir impropérios pelas ruas, sobre o fato de “não arruma-lo”, em uma tentativa agressiva de me convencer, que aquela era a única forma dele não embolar.
Recordando esse triste episódio, me vem a cabeça diversas reflexões. Primeiro, sobre como a nossa identidade negra é tolhida desde a tenra infância e como nossas mães são ponto central disto. É nestas que repousa a responsabilidade pela maternidade, em especial nas comunidades negras, onde muitas destas são chefes de família, tanto pela ausência do parceiro, quanto pela sua presença, já que diante do desemprego do parceiro, sustentando a casa sozinhas.
Mesmo quando os dois são responsáveis pela casa, no que tange a questão econômica, é ainda sobre as mulheres que a obrigação do cuidado com a prole recai. Mulheres que vivenciam uma dupla jornada de trabalho, dividindo a tensão de suprir a casa financeiramente e ainda cuidar do psicológico e auto-estima de crianças negras, que já vivenciam o racismo muito cedo.
A negação dessa identidade negra é muitas vezes o único caminho enxergado por essas mães. É como se a exclusão dos elementos negros, do dia-a-dia, pudessem blindar as suas crianças, de vivenciar agressões racistas, de serem feridas e machucadas. Mulheres que foram moldadas pelo racismo, e por vezes, feridas e machucadas por este também na sua infância e adolescência. Essa tentativa de retirar símbolos negros do nosso cotidiano também pode ser interpretada como uma forma de negar a nossa ligação com o passado africano. E é no cabelo que uma parte desta nossa ligação com a África está circunscrita. Uma ligação que tanto pode ser física, como traduzida em signos.
Segundo, que nossos cabelos transmitem mensagens subjetivas, para os outros e para nós mesmas. Bell Hooks, em “Alisando nosso cabelos”, afirma que: ”Independentemente da maneira como escolhemos individualmente usar o cabelo, é evidente que o grau em que sofremos a opressão e a exploração racistas e sexistas afeta o grau em que nos sentimos capazes tanto de auto-amor quanto de afirmar uma presença autônoma que seja aceitável e agradável para nós mesmas.”
E certamente, nossas mães, queriam que fossemos “aceitáveis e agradáveis”. Ser “aceitável” em uma sociedade racista é viver a tentativa constante de se igualar ao opressor, na aparência, nos discursos, nas práticas, e na visão de mundo.
O cabelo crespo é um elemento constituidor da identidade negra, uma identidade que assim, como nos traz Stuart Hall, é construída na relação com o outro, que em uma relação de opressão, faz com que o opressor imprima sobre o oprimido, as suas concepções do que é bonito ou feio, do que é aceitável ou não. Esta imposição, não se dá sem a resistência, por parte do oprimido. O Black, os dred’s, as tranças, para além de um visual estético, carregam dentro de si um afirmação e uma ruptura. A ruptura com um ciclo de violência racista sobre a nossa afetividade e sobre a forma como nos enxergamos, uma visão que está mais condicionada pelo racismo e pela posição que o sistema de classificação racial nos coloca, do que pelo que achamos de nós mesmos.
Essa ruptura pode ser identificada, a partir das reações que surgem, a partir do momento que se opta pelo uso do cabelo natural. No meu caso, posso dizer que tive a ajuda e a solidariedade de companheiras negras e militantes que me ensinaram os caminhos tortuosos da transição do cabelo liso para o cabelo natural. Mas, isto não blindou dos comentários, que perpassavam pela beleza ou não das minhas madeixas, mas na verdade se destinavam a questionar o porquê de ter rompido com o padrão eurocêntrico de beleza.
A sororidade construída entre as minhas companheiras negras que me ajudaram a enxergar naquele novo cabelo, a afirmação do que sou, e a cuidar dele, como um sinal de transformação, de encontro com esta identidade nega que me foi negada lá na infância.
Considero importante, o movimento que tem surgido em torno do cabelo natural. Páginas, blogs, sites, livros pipocam tratando do tema, ensinando cortes, tinturas, modelagens, hidratações, segredos muitas vezes ensinados por nossas avós, nas cozinhas das nossas casas, na beira das camas, nos bancos pelo quintal, mas muitas vezes negados por nós, em detrimento dos produtos oferecidos pela industria de cosméticos. Afinal, usar babosa, mel, maisena, óleos, a trança de dois, e os pequenos coques com o objetivo de modelar esse cabelo, não é nada novo, são parte de uma longa tradição de truques passados de mães negras para outras mães negras, por mãos negras.
Mas, acredito que o mais importante, é reafirmarmos, como o fez os Panteras Negras, e o Movimento Black Power de como esta transição, de como esta volta a origem, é um ato acima de tudo político, uma afirmação da necessidade de retornarmos a nossa gênese, e este trançado de histórias belas e que explicam o que somos e o que queremos ser.
Do lado de cá, o processo foi doloroso, mais extremamente gratificante. Andar por ai, exibindo meu Black, me proporcionou um reencontro com a minha auto-estima.Um reencontro com a Mãe África.

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Empresa lança pacote de emoticons negros para celebrar a diversidade

http://www.geledes.org.br/areas-de-atuacao/comunicacao/274-noticias-de-comunicacao/24270-empresa-lanca-pacote-de-emoticons-negros-para-celebrar-a-diversidade

Empresa lança pacote de emoticons negros para celebrar a diversidade

Para promover a pluralidade, a companhia Oju Africa lançou um pacote de emoticons negros chamado "afroemojis". A empresa de aplicativos móveis busca dar voz ao povo africano e, com isso, combater a falta de variedade nos ícones de emoção disponíveis em celulares e tablets.
Crédito:Reprodução
emojisafro

Emoticons negros buscam implantar diversidade na web
 
“Nós africanos precisamos de uma voz no mundo moderno de hoje. Uma voz africana que não só entende o caminho africano, mas que suporta todas as nossas diversas culturas e dê vida a todas as nossas emoções”, diz a Oju. Segundo o blog Tec, da Folha de S.Paulo, o conjunto de carinhas pode ser acessado pelos dispositivos que possuem o sistema operacional Android, através do Google Play. Entretanto, a iniciativa já gerou uma petição contra a organização voltada à tecnologia Apple, que possui apenas dois emojis em seu acervo que não são brancos (a face de um asiático e um homem com turbante). Com mais de quatro mil assinaturas, “Apple: Adicione mais Diversidade ao Teclado de Emoji” acredita que “quando se trata de rostos fora dos smileys amarelos, há uma surpreendente falta de representação das minorias”, diz o texto do abaixo-assinado. 
 
 



sábado, 5 de abril de 2014

CIENTISTAS E INVENTORES NEGROS: PROMOVENDO A ALTERIDADE E COMBATENDO O R...

A história sinistra das milícias indígenas treinadas pelo exército para torturar índios


http://www.diariodocentrodomundo.com.br/a-historia-sinistra-das-milicias-indigenas-treinadas-pelo-exercito-para-torturar-indios/

história sinistra das milícias indígenas treinadas pelo exército para torturar índios



No desfile dos índios para as autoridades, um homem é carregado no pau de arara em público
No desfile dos índios para as autoridades, um homem é carregado no pau de arara em público

A história dos índios treinados para reprimir índios pelo exército é um dos capítulos mais sinistros e menos conhecidos da ditadura. As chamadas GRINs, Guardas Rurais Indígenas, eram milícias responsáveis pelo policiamento em áreas de Goiás, Mato Grosso, Maranhão e Minas. Nos 50 anos do golpe, o DCM reproduz uma matéria publicada pelo Última Instância sobres as GRINs.

O Reformatório Agrícola Indígena Krenak e Fazenda Guarani, dois centros de detenção de índios criados nas décadas de 1960 e 1970, representam apenas um dos aspectos do modelo de vigiar e punir imposto às aldeias nos anos de chumbo da ditadura. Nessa mesma época, a Ajudância Minas-Bahia da Funai também iniciou o treinamento das GRINs (Guardas Rurais Indígenas), em parceria com a Polícia Militar mineira. Elas eram, basicamente, milícias armadas com revólveres e cassetetes, integradas exclusivamente por índios, e responsáveis por ações de policiamento nas áreas indígenas. Foram instaladas GRINs em Goiás, Mato Grosso, Maranhão e Minas Gerais.
A criação das Guardas foi amparada por uma portaria da Funai de setembro de 1969. Cabiam aos policiais indígenas prerrogativas como impedir invasões de terras, o ingresso de pessoas não autorizadas e a exploração criminosa dos recursos naturais nas áreas indígenas. Além disso, as Guardas também eram responsáveis por “manter a ordem interna”, coibir o uso de bebidas alcoólicas, “salvo nos hotéis destinados aos turistas”, e evitar que os índios abandonassem suas áreas para “praticar assaltos e pilhagens nas povoações e propriedades rurais próximas”.
Orgulho nacional
Em fevereiro de 1970, com pompa e cobertura de diversos órgãos de imprensa, foi realizada em Belo Horizonte a formatura das 80 primeiras GRINs. O evento teve como paraninfo o então ministro do Interior, José Costa Cavalcanti. Outras autoridades, como o governador de Minas Gerais Israel Pinheiro, e o ex-vice-presidente da República José Maria Alkmin, também estavam presentes.
Vestindo o uniforme oficial da Guarda, em patrióticos tons de verde e amarelo, índios de diversas etnias – gavião, kraho, karajá, maxacali e xerente – cantaram o hino nacional, juraram à bandeira e fizeram demonstrações das técnicas de judô aprendidas nos três meses de curso. Noções de armamento, defesa e ataque, moral e cívica e até mesmo higiene estavam, de acordo com reportagem publicada no jornal O Globo, entre os tópicos ministrados aos guardas indígenas.
Redescoberto somente no ano passado, o filme “Arara”, do documentarista Jesco von Puttkamer, traz imagens dessa cerimônia. Em determinado momento, desfilando em frente a autoridades, surgem dois índios, num ato de demonstração, carregando um homem no pau de arara – instrumento de tortura fartamente denunciado como um dos principais mecanismos empregados nos porões da ditadura militar brasileira.
“Até hoje nunca tínhamos encontrado uma cena de tortura dessa forma, em público”, disse Marcelo Zelic, vice-presidente do grupo Tortura Nunca Mais em São Paulo, em entrevista concedida à TV Folha. Zelic localizou as imagens pesquisando nos arquivos do Museu do Índio, no Rio de Janeiro.
Espancamentos e violência cultural
Não demoraria muito para que as GRINs voltassem aos jornais, só que em circunstâncias menos festivas. Quatro meses depois da formatura de sua primeira turma, uma matéria do Estado de São Paulo relatou histórias escabrosas de espancamentos e arbitrariedades cometidos pelos índios-soldados na Ilha do Bananal, habitada pelos karajás.
Entre elas, a de um caboclo residente nas proximidades, acusado de vender bebida aos índios. Ele teria sido obrigado, em retaliação, a praticar orgias sexuais dentro da aldeia. A Guarda também teria tentado instituir no local uma casa de prostituição, com índias treinadas por uma companheira que exercia o ofício em uma fazenda. Dois dias depois, em uma nova reportagem do Estadão, os policiais responsáveis pelo treinamento da milícia atribuíram tais denúncias a uma campanha de desmoralização contra as GRINs.
Ao enxertar uma nova autoridade nas aldeias, completamente estranha às suas tradições, os mentores da Guarda Indígena acenderam um barril de pólvora no ambiente de conflitos internos envolvendo caciques, conselhos tribais e outras lideranças tradicionais.
“Foi uma experiência desastrosa, das mais infelizes, porque subverteu toda a ordem social do grupo”, testemunharia em 2002, num depoimento para uma revista eletrônica da Funai, o então chefe substituto do Departamento de Assuntos Fundiários, Alceu Cotia Mariz. “Elementos que eram escolhidos por critérios que nada tinham a ver com os critérios da organização social do grupo e já não respeitavam ninguém, não respeitavam os líderes. Ele mesmo se tornava um líder, imbuído de autoridade. Evidentemente, isso levou a uma violência interna crescente.”
Além disso, guardas de uma etnia eram colocados para vigiar outras tribos, acirrando conflitos étnicos históricos – foi o que ocorreu com os Avá-Canoeiros, policiados por Karajás. “Chegou-se ao desplante de criar as vilas GRINs nas reservas, com luz e água encanada”, completa João Geraldo Itatuitim Ruas, também ex-funcionário da Funai, descrevendo a segregação que se formava. “Naquela época, um GRIN ganhava 400 cruzeiros e a professora recebia 80.”
Apesar de negativas públicas sobre eventuais arbitrariedades, ofícios da própria Ajudância Minas-Bahia não deixam dúvidas de que o órgão tinha conhecimento sobre atitudes inaceitáveis. Eles descrevem diversas situações de guardas que foram encaminhados para períodos de “reenquadramento disciplinar” no Reformatório Krenak.
Casos como o do GRIN maxacali que, em maio de 71, foi acusado de forçar relações sexuais com uma índia casada, em avançado estado de gravidez, por meio de ameaças de prender seu marido. “Mediante tal ameaça, a índia acabou por aceitar e praticar a consumação do ato”, descreve relatório assinado pelo chefe de posto local.
Como penalização pelo estupro, o então chefe da Ajudância Minas Bahia, Capitão Manoel dos Santos Pinheiro, determinou a permanência do guarda por 30 dias no Reformatório Krenak  – dez deles preso e, no restante do tempo, prestando serviços de vigilância. Ele continuou entre os quadros da Guarda Indígena.
Por mais estranho que pareça, alguns dos membros das GRINs foram recrutados diretamente entre os ex-internos do reformatório – mais precisamente, entre aqueles que eram considerados leais, trabalhadores e disciplinados. Para esses índios, sugerem ofícios da Funai, o desejo de se tornar policial remete a tal função ser vista como uma porta de saída para o confinamento. “O elemento está se recuperando dia a dia, tem trabalhado muito bem em todos os serviços braçais. Está ansioso para ser colocado na Guarda Rural Indígena”, escreve o chefe do Posto sobre um índio Fulni-ô lá chegado há 14 meses, sob acusação de vadiagem e uso de drogas.
“Eu gostava de ser policial, só que os índios não gostavam”
Na segunda metade da década de 1970, a estrutura das GRINs morreu de inanição: deixou de receber recursos e muitos dos seus membros foram incorporados ao corpo de servidores regulares da Funai.
Ainda hoje, em algumas comunidades, é possível encontrar ex-integrantes da milícia. E, mesmo entre eles, há sentimentos dúbios sobre a Guarda. “Eu gostava de ser policial, pois recebia as roupas e todos os materiais. Só que os índios não gostavam. Polícia não é cultura do índio, é do pessoal branco”, comenta o ex-GRIN Totó Maxacali, em sua casa na Aldeia Verde, município de Ladainha (MG), onde hoje ele vive, com dezenas de famílias da etnia.
Por incrível que pareça, para falar com ele preciso recorrer a um maxacali mais jovem, que faz às vezes de intérprete. Apesar dos meses de treinamento militar, e de ter jurado à bandeira em Belo Horizonte, Totó ainda mal consegue, 40 anos depois, se comunicar em português. “Imagina só a violência que foi pegar esse pessoal e levá-los para serem treinados como polícia repressiva?”, diz Geralda Chaves Soares, pesquisadora da história indígena em Minas Gerais. Ela viveu com os maxacalis na década de 1980, quando era integrante do Cimi (Conselho Indigenista Missionário).


sexta-feira, 4 de abril de 2014

Cartilha - Diálogos da Próstata

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quarta-feira, 2 de abril de 2014

Nova temporada do programa Nova África - na TV Brasil/EBC




Veja como africanos usam a arte para gerar renda e cultivar tradições
Manifestação Gule Wankulu, no MalawiManifestação Gule Wankulu, no MalawiO Nova África desta semana desvenda o artesanato africano e mostra peças únicas e ricas em referências étnicas, religiosas e culturais. Veja como os artesãos imprimem em cada material produzido um pouco de suas crenças e tradições, e descubra que por trás de cada símbolo escondem-se séculos de história.
A viagem começa no Gabão, onde são encontradas as máscaras Ngil, que fazem parte da tradição de várias etnias africanas nos rituais mágicos e de cura praticados por diversas tribos do continente. Quem fala sobre a importância cultural desta arte e de como ela influencia a sociedade é o artista, pintor e grande conhecedor do assunto, o gabonês Minkoe Mi-Nze.
Além disso, veja como é a produção artesanal das máscaras Fang, e como da madeira bruta o homem extrai belos trabalhos vendidos a preços de ouro para países europeus e americanos.
Já na Suazilândia, acompanhe a visita a uma fábrica que há 30 anos produz velas artesanais inspiradas na fauna africana, e conheça uma fábrica de cristais mundialmente conhecida por suas peças de vidro.
De lá, o Nova África segue para o Malawi, onde a máscara Nyau é de extrema importância para povo Chewa. O chefe de tradições Njenwa explica como o ritual Gule Wankulu ajuda as pessoas a se manterem em sua cultura e a respeitar os seus valores. Segundo a tradição, o rito transforma homens em espíritos através das mascaras.
Quem também fala da importância das máscaras Nyau e do Gule Wankulu na cultura Chewa é o ex-vice presidente do Malawi e conselheiro do rei Chewa, Justin Malewezi. Ele conta como suas tradições representam parte de uma África que resiste ao abandono de suas histórias e de suas referências.
Por fim, o programa vai ao Marrocos para conhecer o sapateiro Daudí, que já recebeu diversos prêmios pelo trabalho que realiza com o couro e já viajou meio mundo expondo e vendendo bolsas e sapatos feitos à mão.
Malaw

Sancionada lei que dificulta fechamento de escolas rurais e quilombolas


http://www.seppir.gov.br/noticias/ultimas_noticias/2014/03/sancionada-lei-que-dificulta-fechamento-de-escolas-rurais-e-quilombolas

Sancionada lei que dificulta fechamento de escolas rurais e quilombolas

Data: 31/03/2014
Lei 12.960, de 27 de março, altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) para fazer constar exigência de manifestação de órgão normativo, como os conselhos municipais de Educação
A presidenta Dilma Rousseff sancionou lei que dificulta o fechamento de escolas rurais, indígenas e quilombolas. A Lei 12.960, de 27 de março, altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) para fazer constar exigência de manifestação de órgão normativo – como os conselhos municipais de Educação - do sistema de ensino para o fechamento desse tipo de escola. A lei foi publicada na última sexta-feira (28), no Diário Oficial da União.

Além de exigir que o órgão normativo opine sobre o fechamento da unidade de ensino nessas áreas, a lei estabelece que a comunidade escolar deverá ser ouvida e a Secretaria de Educação do estado deverá justificar a necessidade de encerramento das atividades da escola.

O projeto é de autoria do Executivo e ao justificar a proposta o então ministro da Educação, Aloizio Mercadante, destacou que nos últimos cinco anos foram fechadas mais de 13 mil escolas do campo.  Segundo ele, decisões tomadas sem consulta causam transtornos à população rural que deixa de ser atendida ou passa a demandar serviços de transporte escolar.

Fonte: Agência Brasil

Movimento Negro e a Ditadura Militar


http://ecoexperienciacomunitaria.blogspot.com.br/2014/03/movimento-negro-e-ditadura-militar.html?m=1

segunda-feira, 31 de março de 2014

Movimento Negro e a Ditadura Militar


A partir dos anos 1960, a ditadura militar brasileira inviabilizou todas as manifestações de cunho racial. Os militares transformaram o mito da "democracia racial" em peça-chave da sua propaganda oficial, e tacharam os militantes (e mesmo artistas) que insistiam em levantar o tema da discriminação como "impatrióticos", "racistas" e "imitadores baratos" dos ativistas nos Estados Unidos que lutavam pelos direitos civis.
 
Ditadura Movimento Negro
Fundação do Movimento Negro Unificado, 1978 nas escadarias do Teatro Municipal em São Paulo, enfrentando o racismo em plena Ditadura Militar! Saudação e respeito aos lutadores que ousaram e resistem!
O movimento negro, enquanto proposta política, só ressurgiria realmente em 7 de Julho de 1978, quando um ato público organizado em São Paulo contra a discriminação sofrida por quatro jovens negros no Clube de Regatas Tietê, deu origem ao Movimento Negro Unificado Contra a Discriminação Racial (MNU). A data, posteriormente, ficaria conhecida como o Dia Nacional de Luta Contra o Racismo.