quarta-feira, 27 de novembro de 2013

DICAS CASEIRAS - como eliminar baratas e formigas


http://www.atitudessustentaveis.com.br/casa-e-decoracao/aprenda-a-eliminar-baratas-e-formigas-sem-usar-veneno-industrial/

Aprenda a eliminar baratas e formigas sem usar veneno industrial


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É comum encontrarmos alguns insetos em casa, especiamente em determinadas épocas do ano. E para eliminá-los de forma mais rápida, a primeira atitude que tomamos é utilizar os venenos artificiais vendidos livremente no comércio. Porém, usar inseticidas de maneira indiscriminada e sem a proteção adequada pode ser prejudicial tanto para o meio ambiente quanto para as pessoas, já que esses são tóxicos e afetam a saúde.
Veneno Natural para Insetos Aprenda a eliminar baratas e formigas sem usar veneno industrial

Como fazer venenos caseiros

Utilizar materiais caseiros é uma opção menos nociva e bem mais barata para eliminar os insetos indesejáveis. Para quem pensa que é complicado preparar esses venenos caseiros, veja algumas dicas de receitas simples e rápidas que ajudarão a espantar baratas e formigas, os insetos domésticos mais comuns.

Para eliminar baratas

Materiais necessários:

- 100g de ácido bórico (encontrado facilmente em farmácias);
- 1 cebola picada em pedaços bem pequenos;
- 1 colher (sopa) de farinha de trigo.

Passo a passo para o preparo e aplicação

Misture bem todos os ingredientes. Em seguida, faça bolinhas e distribua pela casa. Caso possua animais, lembre-se de mantê-los afastados da mistura.
Outra sugestão é misturar partes iguais de açúcar e gesso, colocar a mistura dentro de tampinhas de plástico e espalhá-las em armários, móveis e demais lugares estratégicos. O gesso impedirá que a barata se reproduza, além de não fazer mal algum para os humanos.

Para eliminar formigas

Para acabar com formigas no açucareiro, basta colocar pedaços de casca de limão. Outra sugestão para espantar esses insetos é utilizar o cravo-da-índia. Espalhar fumo picado em locais frequentados por elas, como armários, pias, e outros, também ajuda a afastá-las. Se as formigas insistem em comer as plantas da casa, a dica é misturar borra de café com água, umedecer uma estopa e colocá-la ao redor da planta, repetindo o procedimento a cada 3 dias. Assim, as formigas finalmente deixarão seu jardi

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

MULHER NEGRA a maior vítima


http://www12.senado.gov.br/jornal/edicoes/2013/11/22/negras-sao-vitimas-de-mais-de-60-dos-assassinatos-de-mulheres-no-pais
22/11/2013 - Sociedade

Negras são vítimas de mais de 60% dos assassinatos de mulheres no país

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Violência contra a mulher negra é tema de debate no Projeto Quintas Femininas, da Procuradoria Especial da Mulher do Senado
Mônica Oliveira Gomes, Maria do Carmo Alves e Bruna Cristina Pereira ouvem Sílvia Oddone, das Relações Públicas do Senado Foto: José Cruz
Mais de 60% das mulheres assassinadas no Brasil entre 2001 e 2011 eram negras. O dado, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), foi citado por Maria do Carmo Alves (DEM-SE) ao abrir ontem debate sobre a violência contra a mulher negra. O evento foi promovido pela Procuradoria Especial da Mulher do Senado e pela Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados como parte do Projeto Quintas Femininas.
Mônica de Oliveira Gomes, que representou a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), destacou os obstáculos no acesso a postos profissionais e à renda igualitária. Ela citou discriminação até nos serviços públicos, a seu ver um problema que revela a existência de racismo institucional no país.
Sobre o estudo do Ipea segundo o qual negros ganham 36% menos que brancos, Mônica ressaltou que, no caso das mulheres, a diferença sobe para 40%. Segundo ela, as negras permanecem na base da pirâmide, mesmo possuindo mais estudo e qualificação.
— Quanto mais a mulher se qualifica, mais difícil será encontrar uma posição que corresponda ao investimento que fez a vida inteira.
Na opinião da representante da Seppir, o termo “violência simbólica” é insuficiente para traduzir situações vividas pelas mulheres negras que as levam a adoecer, quando não é o caso de morte. Ela salientou o que chamou de “tríplice discriminação”, quando se trata de mulheres negras e pobres.
Como exemplo, destacou o pior acesso aos serviços públicos de saúde, o que explicaria a maior taxa de óbitos entre as negras, especialmente a mortalidade materna. Até as consultas são mais curtas, de acordo com Mônica. Ela disse que o racismo institucional ocorre em órgãos públicos e instituições privadas.
Bruna Cristina Pereira, pesquisadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre a Mulher (Nepem) da Universidade de Brasília (UnB), apresentou estudo que resultou de sua dissertação de mestrado: depoimentos de 14 negras de diferentes níveis sociais mostram que a cor da pele interfere no relacionamento com o parceiro, com a família e gera situações de violência.
— O poder disciplinador,  que na nossa sociedade, patriarcal é essencialmente masculino, tem também uma cor, e ela é branca — afirmou.
“Essa sua neguinha”
Bruna exemplificou com o caso de uma das entrevistadas, identificada como Manoela (nome fictício), que já sofria discriminação quando ainda morava com os pais, por ser a mais escura entre as irmãs. Em casa, o pai a obrigava a executar tarefas domésticas, mas as irmãs tinham outros deveres. Quando se referia a Manoela em conversa com a mulher, o pai a chamava de “essa sua neguinha”.
A pesquisadora citou ainda o caso de Emília (nome também fictício), ativista do movimento negro que, em determinado momento, foi confrontada pelo companheiro com a afirmação de que “sabia que não deveria ter se casado com uma negra, porque negras são vagabundas, são prostitutas”.
Bruna ressaltou um ponto que a surpreendeu na pesquisa: a visão de que a “virtude” das mulheres pretas, diferentemente das mulatas, está  relacionada ao trabalho.
Para a pesquisadora, o governo e os militantes contra a violência ainda não foram capazes de criar instrumentos para perceber e combater o racismo nos relacionamentos.
— Ainda que não se tenham vastos estudos ou vastas ligações entre a violência racial e o maior homicídio das mulheres negras, não tem como pensar que essas formas de violência não estejam conectadas.
Jornal do Senado
(Reprodução autorizada mediante citação do Jornal do Senado

MULHER NEGRA - conjunção perversa


http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=229865&id_secao=1


22 de Novembro de 2013 - 10h56

Debate mostra conjunção perversa contra mulher negra 


Mais de 60% das mulheres assassinadas no Brasil entre 2001 e 2011 eram negras. O dado, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), foi citado na abertura das Quintas Femininas, promovido pela Procuradoria Especial da Mulher do Senado e pela Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados nesta quinta-feira (21), que debateu a violência contra a mulher negra. 



Debate mostra conjunção perversa contra mulher negraAs mulheres negras sofrem racismo e discriminação nos serviços públicos, principalmente  no atendimento médico.
Ao longo da discussão, especialistas na questão destacaram o fato de as mulheres negras, além de terem de enfrentar situações cotidianas de opressão, ocuparem os lugares mais desfavoráveis na estrutura social e econômica do país.

Mônica Oliveira Gomes, que representou a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), destacou os obstáculos no acesso a postos profissionais e à renda igualitária do trabalho. Ela também mencionou situações de discriminação até mesmo na utilização dos serviços públicos, a seu ver um problema que revela a existência de racismo institucional no país, e não apenas o reconhecido racismo interpessoal.

“A instituição também tem responsabilidade sobre o dano que aquela funcionária ou aquele funcionário venha a causar a quem foi discriminado”, afirmou.

A palestrante citou recente estudo do Ipea segundo o qual os negros ganham 36% menos que os brancos, mesmo possuindo a mesma qualificação. Quando se observa apenas a remuneração das mulheres negras, a diferença com os ganhos dos brancos sobe para 40%.

Conjunção "perversa"

De acordo com Mônica, as mulheres negras permanecem na “base da pirâmide”, mesmo possuindo mais anos de estudo e maior qualificação. A seu ver, a discriminação por gênero se soma ao racismo numa conjunção “perversa”.

Mônica observou que inicialmente o movimento feminista se recusava a discutir a questão racial como um fato específico dentro da questão geral das mulheres, por considerar que isso apenas dividiria a luta. Porém, sem prejuízo da aliança entre as feministas, salientou que agora já se reconhece que a opressão atinge de forma diferente as mulheres negras.

Na opinião da representante da Seppir, o termo “violência simbólica” é insuficiente para traduzir situações vividas pelas mulheres negras que as levam a adoecer, quando não é o caso de morte. E salientou a “tríplice discriminação”, quando se tratam de mulheres negras e também pobres.

Como exemplo, destacou o pior acesso aos serviços públicos de saúde, o que explicaria a maior taxa de óbitos entre as mulheres negras, especialmente a mortalidade materna. Segundo ela, as gestantes negras fazem menos exames pré-natais, essenciais para prevenir causas habituais de morte, como hipertensão, diabetes e problemas cardiovasculares.

Até as consultas feitas seriam mais curtas, inclusive porque os médicos "preferem não tocar no corpo" das mulheres negras ou fazem os procedimentos de modo inadequado.

Violência doméstica

A pesquisadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre a Mulher (Nepem) da Universidade de Brasília (UnB), Bruna Cristina Pereira, apresentou dados de estudo que resultou de sua dissertação de mestrado, intitulada "Tramas e Dramas de Gênero e de Cor – A violência doméstica e familiar contra as mulheres negras".

O estudo trouxe depoimentos de 14 mulheres negras de diferentes níveis sociais, mostrando que a cor da pele interfere no relacionamento com o parceiro, com a família e gera situações de violência.

Bruna exemplificou com o caso de uma das entrevistadas, identificada como Manoela (nome fictício), que já sofria discriminação quando ainda morava com os pais, por ser a mais escura entre as irmãs. Em casa, o pai a obrigava a executar tarefas domésticas, mas suas irmãs tinham outros deveres. E quando se referia a Manoela em conversa com a mulher, o pai a chamava de “essa sua neguinha”.

Manoela depois se casou com um homem mais negro que ela, mas que também a submetia a violências. Ele lhe dizia que mulheres brancas o desejavam e que tinha um caso com uma mulher branca.

Segundo a pesquisa de Bruna, há um modelo da mulher ideal, que não é a mulher negra, mas a mulher branca. Às mulheres mulatas ou pretas é atribuído um estereótipo de sexualidade sem virtude.

Bruna citou ainda o caso de Emília (também fictício), ativista do movimento negro que, em determinado momento, foi confrontada pelo companheiro com a afirmação de que “sabia que não deveria ter se casado com uma mulher negra, porque mulheres negras são vagabundas, são prostitutas”.

Bruna ressaltou ainda um ponto que a surpreendeu na pesquisa: a visão de que a “virtude” das mulheres pretas, diferentemente das mulatas, estava sempre relacionada ao trabalho. Havia, inclusive, parceiros que deixavam de trabalhar para serem sustentados pelas companheiras ou que as agrediam se elas deixassem de trabalhar ou se recusassem a sustentá-los.

Da Redação em Brasília
Com Agência Senado

ORGULHO DE SER

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sábado, 23 de novembro de 2013

MODA - Elegância nigeriana

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Racismo: um crime que se sente na pele

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Da moda a blobeleza: mulher negra e sua identidade apagada


http://juntos.org.br/2013/11/da-moda-a-globeleza-mulher-negra-e-sua-identidade-apagada/?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+_juntos+%28Juntos%21%29

De acordo com a revista, para se chegar ao resultado, foi feito uma compilação de reportagem e listas publicadas em jornais, cinema e personalidade iconográficas. A revista assinala que a lista é passível de questionamento, no entanto ela destaca que tais mulheres são referencias explicitas da beleza feminina no século 20.
O que chama atenção nessa listagem não é o fato das mulheres eleitas terem, de acordo com a própria Bula, resistidos ao tempo e as máquinas de fabricarem modelos, mas é que todas, eu disse, todas, seguem o mesmo padrão de beleza: brancas, magras e extremidades delicadas, ou seja, um padrão eurocêntrico. A lista demonstra a predileção de um padrão de beleza socialmente criado (e reproduzido) durante séculos.
Não houve entre elas nenhuma representação de mulher negra, mas o porque disso é fácil de identificar.
É custoso citar 5 negras bonitas e famosas nos últimos cem anos. E sabem por que? Porque a mulher negra cabe o lugar da invisibilidade. Para a mulher negra não existe espaço na mídia como um todo, a menos que ela ocupe um lugar de subalternidade. Infelizmente, nos dias de hoje, a mulher negra ainda é vista como a Mulata Exportação, a mulata Globeleza (vejam bem, eu disse Globeleza e não Menina Fantástico, que foi outro concurso criado pela mesma emissora de TV), ela ainda carrega clichês como a sensualidade nata, o gingado natural às pessoas de cor. O lugar forjado para as mulheres negras na mídia é o protagonismo do racismo e do sexismo.   As referencias iconográficas relacionadas à figura de tais mulheres ainda aludem à marginalidade.
No dia 07 de novembro, uns grupos de 40 mulheres negras fizeram um protesto na Zona Portuária, em frente ao Píer Mauá, local da primeira noite de desfile do Fashion Rio.
O ato se deu devido à escassez de model@s negr@s nos casting de desfiles e a consequência foi a assinatura de um termo de compromisso por parte da empresa realizadora do evento e a Defensoria Pública do Rio de Janeiro, que recomenda a cota de 10% de modelos negr@s nos desfiles. Porcentagem ainda ínfima se for pensar na parcela negra da população
O fato de existir ainda uma mídia excludente quanto a padrões de beleza diferentes daqueles estabelecidos e propagandeados pelas mesmas significa minimamente que a luta contra o racismo ainda tem muito que avançar na medida em que, ele inviabiliza a construção da identidade da mulher negra, fere sua autoestima e perpetua o racismo a partir do momento em que defende claramente o padrão de beleza branco, a prova disso está nos cinemas, nas novelas, no seriados. E dessa forma ela ajuda a incutir a inferiorização da mulher negra na sociedade.
No dia 20 de novembro comemora-se o dia nacional da consciência negra. O dia que rememora a luta de resistência do povo negro no nosso país. Nos dias atuais, a nossa luta por resistência se dá para que as mulheres negras saiam da invisibilidade e assumam o papel de protagonista da sua própria história e transformadora de sua realidade.
 Laila Resende é estudante de Psicologia e militante do Juntos! MG

terça-feira, 19 de novembro de 2013

DIA NACIONAL DA CONSCIÊNCIA NEGRA - 20 DE NOVEMBRO



http://www.unificado.com.br/calendario/11/con_negra.htm

Dia Nacional da Consciência Negra
Zumbi dos Palmares, o maior ícone da resistência negra ao escravismo no Brasil

Zumbi, símbolo da
resistência negra

     Vinte de novembro é o Dia Nacional da Consciência Negra. A data - transformada em Dia Nacional da Consciência Negra pelo Movimento Negro Unificado em 1978 - não foi escolhida ao acaso, e sim como homenagem a Zumbi, líder máximo do Quilombo de Palmares e símbolo da resistência negra, assassinado em 20 de novembro de 1695.
     O Quilombo dos Palmares foi fundado no ano de 1597, por cerca de 40 escravos foragidos de um engenho situado em terras pernambucanas. Em pouco tempo, a organização dos fundadores fez com que o quilombo se tornasse uma verdadeira cidade. Os negros que escapavam da lida e dos ferros não pensavam duas vezes: o destino era o tal quilombo cheio de palmeiras.
     Com a chegada de mais e mais pessoas, inclusive índios e brancos foragidos, formaram-se os mocambos, que funcionavam como vilas. O mocambo do macaco, localizado na Serra da Barriga, era a sede administrativa do povo quilombola. Um negro chamado Ganga Zumba foi o primeiro rei do Quilombo dos Palmares.
     Alguns anos após a sua fundação,o Quilombo dos Palmares foi invadido por uma expedição bandeirante. Muitos habitantes, inclusive crianças, foram degolados. Um recém-nascido foi levado pelos invasores e entregue como presente a Antônio Melo, um padre da vila de Recife.
     O menino, batizado pelo padre com o nome de Francisco, foi criado e educado pelo religioso, que lhe ensinou a ler e escrever, além de lhe dar noções de latim, e o iniciar no estudo da Bíblia. Aos 12 anos o menino era coroinha. Entretanto, a população local não aprovava a atitude do pároco, que criava o negrinho como filho, e não como servo.
     Apesar do carinho que sentia pelo seu pai adotivo, Francisco não se conformava em ser tratado de forma diferente por causa de sua cor. E sofria muito vendo seus irmãos de raça sendo humilhados e mortos nos engenhos e praças públicas. Por isso, quando completou 15 anos, o franzino Francisco fugiu e foi em busca do seu lugar de origem, o Quilombo dos Palmares.
     Após caminhar cerca de 132 quilômetros, o garoto chegou à Serra da Barriga. Como era de costume nos quilombos, recebeu uma família e um novo nome. Agora, Francisco era Zumbi. Com os conhecimentos repassados pelo padre, Zumbi logo superou seus irmãos em inteligência e coragem. Aos 17 anos tornou-se general de armas do quilombo, uma espécie de ministro de guerra nos dias de hoje.
     Com a queda do rei Ganga Zumba, morto após acreditar num pacto de paz com os senhores de engenho, Zumbi assumiu o posto de rei e levou a luta pela liberdade até o final de seus dias. Com o extermínio do Quilombo dos Palmares pela expedição comandada pelo bandeirante Domingos Jorge Velho, em 1694, Zumbi fugiu junto a outros sobreviventes do massacre para a Serra de Dois Irmãos, então terra de Pernambuco.
     Contudo, em 20 de novembro de 1695 Zumbi foi traído por um de seus principais comandantes, Antônio Soares, que trocou sua liberdade pela revelação do esconderijo. Zumbi foi então torturado e capturado. Jorge Velho matou o rei Zumbi e o decapitou, levando sua cabeça até a praça do Carmo, na cidade de Recife, onde ficou exposta por anos seguidos até sua completa decomposição.
     “Deus da Guerra”, “Fantasma Imortal” ou “Morto Vivo”. Seja qual for a tradução correta do nome Zumbi, o seu significado para a história do Brasil e para o movimento negro é praticamente unânime: Zumbi dos Palmares é o maior ícone da resistência negra ao escravismo e de sua luta por liberdade. Os anos foram passando, mas o sonho de Zumbi permanece e sua história é contada com orgulho pelos habitantes da região onde o negro-rei pregou a liberdade.
Fontes: Dpnet.com.br
             O Dia On-Line
            Feranet21.com.br 

20 DE NOVEMBRO - DIA NACIONAL DA CONSCIÊNCIA NEGRA


http://www.seppir.gov.br/novembro-mes-da-consciencia-negra
Ações do documento

Dia da Consciência Negra é feriado em 1.047 municípios

Comemorado em 20 de novembro, a data lembra a morte do líder Zumbi dos Palmares e inspira, a cada ano, um número maior de atividades durante o mês, em todo o país
Um total de 1.047 municípios já decretou feriado para o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra. Comemorado em 20 de novembro, a data faz referência à morte do líder Zumbi dos Palmares, símbolo da luta pela liberdade e valorização do povo afro-brasileiro, e inspira a cada ano um número maior de atividades em torno de reflexões sobre questões raciais no país.

Confira aqui a lista completa dos municípios que decretaram o feriado.

Apesar de instituída pela lei nº 12.519/2011, a data comemorativa não é feriado em todo o país. Localidades como Alagoas, Amapá, Mato Grosso, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul optaram por decretar feriado em âmbito estadual. Nas outras unidades federativas, a decisão compete a cada município.

Em alusão à data, durante todo o mês de novembro são realizadas centenas de atividades com o objetivo de ampliar as discussões sobre os temas raciais, visando a expansão dos direitos conquistados pela comunidade afro-brasileira nos últimos anos.

Devido às conquistas no cenário nacional, as ações afirmativas estão entre os assuntos em destaque neste mês da consciência negra. Mas as atividades do período também abrem um amplo leque de debates em torno de temas como a prevenção da violência contra a juventude negra e a persistência da representação negativa da pessoa negra nos veículos de comunicação.

Zumbi dos Palmares
Zumbi nasceu em 1655, em Palmares, atual estado do Alagoas. Descendente de guerreiros Imbangalas, de Angola, foi aprisionado por uma expedição portuguesa e entregue aos cuidados do Padre Antônio Melo, que o batizou de Francisco. Com o religioso, aprendeu a escrever em português e latim.

Aos 15 anos, fugiu em busca de suas origens e voltou para o Quilombo dos Palmares, uma comunidade livre formada por escravos fugitivos das fazendas. Tornou-se líder da comunidade aos 25 anos, se destacando pela habilidade em planejamento, organização e estratégias militares. Sob seu comando, Palmares obteve diversas vitórias contra os soldados portugueses.

No ano de 1694, o quilombo foi atacado pelo bandeirante Domingos Jorge Velho. Após o combate, a sede da comunidade ficou totalmente destruída. Zumbi conseguiu escapar, mas seu esconderijo foi denunciado por um antigo companheiro.

Em 20 de novembro de 1695, o líder negro foi capturado e morto, aos 40 anos de idade.
 

Negros - homicídio reduz expectativa de vida



http://www.alagoas24horas.com.br/conteudo/?vCod=165653

Homicídio reduz expectativa de vida de negros e acidentes, a de não negros


Morte por homicídio é a maior causa da redução da expectativa de vida de negros no País. Entre não negros, é a morte por acidentes de trânsito. A informação é do estudo Vidas Perdidas e Racismo no Brasil, divulgado nesta terça-feira (19) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
“Considerando apenas o universo dos indivíduos que sofreram morte violenta no país entre 1996 e 2010, verificamos que, para além das características socioeconômicas – como escolaridade, gênero, idade e estado civil –, a cor da pele da vítima, quando preta ou parda, faz aumentar a probabilidade da mesma ter sofrido homicídio em cerca de oito pontos percentuais”, informa a análise, baseada em dados do Sistema de informações sobre Mortalidade (SIM/MS) e do Censo Demográfico do do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2010. O grupo negros é definido pela soma de pretos e pardos, enquanto não negros engloba brancos, indígenas e indivíduos de raça amarela, segundo a classificação do SIM/MS e do IBGE.
O estudo avalia a diferença de perda de expectativa de vida ao nascer provocada por ações violentas. De acordo com a análise, a escolha da expectativa de vida ao nascer como critério se deu porque a simples contagem da taxa de mortos não leva em conta o momento da vitimização e também por ser um dos principais indicadores associados ao desenvolvimento socioeconômico dos países.
Os homens de cor negra perdem 3,5 anos de vida quando analisados casos de violências letais, que incluem homicídios, suicídios e acidentes. Entre homem de outra raça, a perda é de 2,57. Quando considerados apenas os homicídios, o homem negro perde ao nascer 1,73 ano de vida frente 0,81 do não negro. Em relação a acidentes de transporte, a perda é de 0,99 para não negros e 0,97 para negros. Entre suicídios, não negros perdem 0,22 ano de vida e negros, 0,17. Em outros acidentes, a queda é de 0,62 para negros, ante 0,55 para não negros.
Entre as mulheres, a perda de expectativa de vida pelo total de mortes violentas é bem menor que a dos homems: 0,65 para as negras e 0,74 para as não negras. A inversão ocorre por conta de um maior número de vítimas não negras em acidentes. As negras perdem mais por homicídios: são 0,16 ano de vida ante 0,11 das não negras. No caso de acidentes de transporte, as maiores vítimas são as não negras: a perda é de 0,28 ante 0,23 para negras. Em suicídios, a queda é de 0,07 para não negras e 0,05 para negras. Em outros acidentes, a diminuição é de 0,28 para não negras e 0,21 para negras.
Na análise por região, a perda de expectativa de vida dos homens negros é mais elevada na região Nordeste, de 4,13 anos. A de não negros é de 1,43. Em seguida vem a região Norte, com perda de 3,07 para negros e 2,06 para não negros.
Alagoas é o estado com maior perda de expectativa de vida para os homens negros (6,2 anos), seguido pelo Espírito Santo (5,2 anos) e Paraíba (4,8 anos). A principal razão são os casos de homicídio.
Para os homens não negros, a perda maior ocorre no Paraná (3,9 anos), São Paulo (3,5 anos) e Rondônia (3,3 anos). No Paraná, a perda de expectativa de vida é ligeiramente maior quando se considera homicídios (1,7) em relação aos acidentes de transporte (1,5 anos). No entanto, em São Paulo e Rondônia, os acidentes de trânsito provocam uma perda levemente maior que os homicídios. São 1,27 contra 0,82 em São Paulo e 1,41 contra 1,13 em Rondônia.
De acordo com o estudo, as variáveis socioeconômicas - escolaridade, trabalho e renda - são insuficientes para explicar o fenômeno e aponta o racismo como uma das causas. “O negro é duplamente discriminado no Brasil, por sua situação socioeconômica e por sua cor de pele. Tais discriminações combinadas podem explicar a maior prevalência de homicídios de negros vis-à-vis o resto da população”.
Fonte: IG

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Negros ganham 36% menos


http://www.brasil247.com/pt/247/brasil/120736/Dieese-m%C3%A9dia-salarial-de-negros-%C3%A9-36-menor.htm


quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Negros recebem menos 36,11%, apura Dieese



http://br.financas.yahoo.com/noticias/mercado-paga-sal%C3%A1rio-36-11-142000925.html

Mercado paga salário 36,11% menor a negros, apura Dieese


Um trabalhador negro recebe em média um salário 36,11% menor que um trabalhador não negro, de acordo com o estudo "Os Negros no Mercado de Trabalho", divulgado nesta quarta-feira (13) pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). "Os negros recebem menos em qualquer comparação que se faça, seja por setores de atividades, seja por escolaridade", disse a economista Lúcia Garcia, coordenadora de pesquisa sobre emprego e desemprego do Dieese.
Leia mais:
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As informações analisadas foram apuradas pelo Sistema Pesquisa Emprego e Desemprego (Sistema PED), realizado por meio do convênio entre o Dieese, a Fundação Seade, o Ministério do Trabalho e parceiros regionais no Distrito Federal e nas regiões metropolitanas de Belo Horizonte, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Salvador e São Paulo. O segmento de negros é composto por pretos e pardos e o de não negros engloba brancos e amarelos.
Segundo a pesquisa, no biênio 2011-2012, nas regiões metropolitanas acompanhadas pelo Sistema PED, praticamente a metade dos ocupados eram negros (48,2%), porém suas remunerações por hora, em média, ficavam limitadas a 63,89% do ganho-hora dos não negros. "E o leque da desigualdade se abre mais quanto maior é a escolaridade", afirmou Lucia.
O rendimento médio real por hora dos não negros ocupados na Indústria de Transformação no biênio 2011-2012, por exemplo, foi de R$ 29,03 para aqueles que têm ensino superior, enquanto o de negros na mesma condição foi de R$ 17,39. A diferença era menor, embora desvantajosa sempre para os negros, no caso daqueles que tinham ensino médio (R$ 9,56 para não negros e R$ 7,13 para negros), fundamental completo (R$ 6,76 contra R$ 5,77) e fundamental incompleto (R$ 6,46 contra R$ 5,27).
Além disso, os negros têm mais dificuldades de chegar a cargos de direção e planejamento. No caso de São Paulo, por exemplo, apenas 5,7% dos negros ocupavam esses cargos no biênio 2011-2012 ante 18,1% dos não negros. Os negros, porém, eram 61,1% em cargos de execução e 24,7% nos de apoio, na comparação com 52,1% e 23,3% dos não negros, respectivamente. "O negro não só enfrenta seletividade no trabalho como enfrenta obstáculos que o direcionam para empregos de menor qualificação", disse Lucia.

domingo, 10 de novembro de 2013

A juventude negra e de periferia quer viver

http://www.alaionline.org.br/a-juventude-negra-e-de-periferia-quer-viver/

A juventude negra e de periferia quer viver


Angela Guimarães
A luta em defesa da vida da juventude negra – e uma vida em condições de dignidade – remete há pelo menos quatro décadas. Se quisermos ser mais amplos e abrangentes podemos afirmar que a história das e dos africanos e seus descendentes no Brasil se caracterizou por buscar preservar sua vida e ter o reconhecimento de sua humanidade, memória, cultura e história. Assim foi nas revoltas anti-escravistas, nas experiências dos quilombos, no exercício da religiosidade, nas escolas de samba, nos blocos afro.
Há quase meio século, entretanto, e de forma sistemática, o conhecido movimento negro contemporâneo tem apresentado à sociedade, à imprensa, aos poderes públicos, uma demanda que poderia soar redundante se não fosse completamente emergencial: a garantia do direito à vida, o mais elementar entre todos os direitos fundamentais.
Não são recentes os números que apresentam a elevação sistemática – ano após ano, década após década, em diferenciados momentos políticos do país – do contingente de jovens, sobretudo JOVENS NEGROS, vitimados por homicídio no Brasil. Números tão pujantes e em geral decorrentes da ação nefasta do aparato repressivo estatal que permitiu que se falasse que vivemos no Brasil uma espécie de extermínio programado da juventude negra, uma situação de verdadeiro genocídio direcionado a uma parcela da população historicamente vitimada pela perversa combinação do capitalismo com o racismo.
Chama atenção às e aos ativistas e militantes que há muito tempo vêm denunciando este aberrante fato, que ele não tem despertado as atenções necessárias em toda a sociedade. Parte disto pode ser explicada pela resistência do país em conceber e enxergar os deletérios efeitos do racismo nada cordial brasileiro na vida de milhões de negras e negros, e por outro lado, pela construção de uma máquina de propaganda tão, mais tão poderosa que acaba por conferir legitimidade social a uma política de segurança pública neta do colonialismo escravista, filha da Ditadura Militar, sobrevivente na atual democracia que produz a tragédia social materializada nos perversos números de 50 mil mortos/ano no país, dos quais quase 30 mil jovens e destes cerca de 72% negros.
Sim, é disso que estamos falando e é este número, superior a todos os países em confronto armado no mundo, que – PIONEIRAMENTE – após insistentes denúncias, reivindicações, pressões e diálogo como os movimentos sociais negros e de juventude, em debates, conferências e conselhos, o Governo Federal decidiu reconhecer a existência do problema e tomar medidas para enfrentá-lo.
Assim, em 2012 foi lançado no estado de Alagoas (que ostenta a marca de 79 homicídios a cada 100 mil habitantes, número ainda maior que a média nacional de 63/100 mil habitantes) o Plano Juventude Viva (WWW.juventude.gov.br/juventudeviva) visando prevenir e reduzir a vulnerabilidade da juventude negra à violência, principalmente nos 142 municípios com os maiores índices de mortes juvenis. O plano, coordenado pela Secretaria Nacional de Juventude da Presidência e pela Seppir (Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial), articula um conjunto expressivo de ações que reúne 11 ministérios dispostos a ofertar políticas públicas de qualidade à juventude nos territórios visando reverter trajetórias de exclusão e criar percursos de inclusão social, autonomia e emancipação para esta juventude. Vale ressaltar que esta construção contou – e só assim se tornou possível – com o papel ativo e protagonista da própria juventude negra reunidas nos movimentos sociais e representadas em importantes espaços colegiados como os conselhos de direitos (juventude, igualdade racial, direitos humanos, segurança pública, dentre outros).
Hoje estamos fazendo o lançamento oficial do Plano Juventude Viva na maior cidade do país, a pujante e outrora reconhecida locomotiva do país, por outro lado é também a cidade com grande concentração de demandas da juventude negra e de periferia, São Paulo. São deveras conhecidos os dilemas de implementação de qualquer política pública numa megalópole, porém o mais desafiador ainda nesta parceria entre Governo Federal e Prefeitura, movimentos sociais e conselhos, artistas e intelectuais aliados, é pavimentar o caminho para a construção de um novo tempo para a juventude negra. Este novo tempo em que nosso direito primordial à vida e à vida em condições de dignidade, equidade e segurança não seja apenas uma utopia, antes seja apoiada em um conjunto consistente de políticas públicas voltadas à educação de qualidade em todos os níveis, qualificação profissional e inclusão produtiva, acesso a equipamentos de esporte, cultura e lazer nas cidades, participação nas tomadas de decisão atinentes às cidades e ao país, enfim a inscrição definitiva de um lugar de prioridade à juventude negra no projeto de desenvolvimento local e nacional, que esta utopia se torne uma realidade.
Em São Paulo e em todo o Brasil, queremos a JUVENTUDE NEGRA VIVA!!
Ângela Guimarães, Secretária-Adjunta Nacional de Juventude e Vice-Presidenta do Conjuve.

NAOMI LANÇA CAMPANHA CONTRA O RACISMO


http://www.alaionline.org.br/naomi-lanca-campanha-contra-racismo/

Naomi lança campanha contra racismo

Posted by alaiONline on novembro 5th, 2013

naomi-campbell
Londres (Reino Unido) – A modelo britânica Naomi Campbell está relançando uma campanha contra a discriminação racial no mundo da moda. Há dois meses, a modelo disse à imprensa que quer cobrar de estilistas, juntamente com as colegas Iman Abdulmajid e Bethann Hardison uma diversidade maior nas passarelas, onde atualmente apenas 6% das modelos são negras e 9% asiáticas. A modelo já tinha chamado atenção para o tema em 2009, mas disse que o assunto “foi esquecido e varrido para debaixo do tapete”.

A modelo Iman e a legendaria Bethan
A modelo Iman Abdulmajid e a legendaria Bethann Hardision

Iman Abdulmajid, nascida na Somália, filha de diplomatas (o pai dela doi embaixador da Somália na Arábia Saudita), estudou no Egito e mais tarde mudou-se para Nairobi, no Quênia, onde seus pais residem até hoje. Formou-se pela Universidade de Nairobi, é fluente em cinco línguas: somali, árabe, inglês, italiano e francês, estudou ciências políticas e foi descoberta como modelo pelo fotógrafo estadunidense Peter Beard. A modelo é CEO de sua própria empresa, Iman Cosmetics, Skincare and Fragrances, uma linha de produtos de estética que ela lançou especialmente para mulheres de pele negra.

A ex-modelo norte-americana Bethann Hardison, nascida em Nova York,  considerada uma guru da moda, iniciou seu ativismo em 1989, com o Black Girls Coalition – uma espécie de movimento de conscientização social da indústria da moda.  Ela conta que nos meados dos anos 80, Nova York foi duramente atingida com a falta de moradia, e ela iniciou uma campanha para ajudar ajudar as pessoas, especialmente crianças.

Aquele movimento também incluiu Veronica Webb, Naomi Campbell e outras como Karen Alexander, Roshumba, Cynthia Bailey, Gail O’Neill e Kerstie Bowser, que estava sempre na capa da Elle. Liderado por Bethann, o movimento também lançou seus olhos críticos à indústria da moda “que sempre procurou empalidecer as modelos negras, tornando-as invisíveis”.

Bethann  diz que Linda Evangelista e Naomi são ainda as poucas modelos negras que conseguem ter personalidade própria no mundo das passarelas. “No início, achei esquisito a rejeição nesse mundo, porque sempre fui vitoriosa na minha infância, mas finalmente aprendi a me amar do jeito que sou”.

Naomi fez sua estreia nas passarelas do Sudeste Asiático, ao participar da Semana de Moda Digital em Cingapura. A entrevista concedida à BBC pode ser lida e assistida em vista com legenda em português. |Fonte: BBC-Brasil ,  Papermag, Oprah e agências



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História negra, escola branca


http://www.geledes.org.br/areas-de-atuacao/educacao/lei-10-639-03-e-outras/21892-historia-negra-escola-branca

História negra, escola branca

História negra, escola branca

 

Para historiador, escola ensina visão branca e deve resgatar papel de negros e índios na criação do País.

Por Rafael Gregorio
Os programas escolares brasileiros são racistas e o mito da “democracia racial” embaça os olhos da sociedade diante de conflitos étnicorraciais, afirma Amilcar Araujo Pereira. Professor da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e doutor em História, ele lançou neste ano, em parceria com a colega Ana Maria Ferreira da Costa Monteiro, o livro Ensino de História e Culturas Afro-Brasileiras e Indígenas, pela editora Pallas. Na obra, organizadores e articulistas debatem a efetiva aplicação das leis 10.639, de 2003, e 11.645, de 2009, que determinam a inclusão de história e cultura afro-brasileiras e indígenas nos programas pedagógicos das escolas do País. Pereira, carioca de 35 anos, foi professor da rede municipal fluminense durante dois anos em Mangaratiba e já escreveu ou organizou outros dois livros sobre temas correlatos. Ele identifica três razões principais para a disciplina ainda não integrar, de fato, o currículo: falta de materiais didáticos, poucas verbas governamentais para financiar pesquisa histórica e carência de docentes capacitados. Leia mais a seguir.

Carta na Escola: O que motivou a organização de Ensino de História e Culturas Afro-Brasileiras e Indígenas?
Amilcar Pereira: A necessidade de produzir reflexão e conhecimento sobre esses assuntos. O livro foi resultado de um seminário nacional organizado na UFRJ, em 2010, por mim, pela professora Ana Maria Monteiro e por outros professores que formam o Lepeh, o Laboratório de Estudos e Pesquisas em Ensino de História da Faculdade de Educação da UFRJ. O livro é composto principalmente de artigos dos participantes desse evento. Esses temas têm pouquíssima produção até hoje em comparação com outros assuntos e historicamente estiveram ausentes da escola. Percebemos uma necessidade urgente para a sociedade brasileira: que todas as suas matrizes estejam presentes nos currículos escolares. É uma questão ética.
CE: Além dessa falta de material acadêmico, quais são os maiores obstáculos à aplicação das leis que preveem o ensino de cultura e história afro-brasileira e indígena?
AP: Hoje estou coordenando uma pesquisa sobre a implementação das leis em um grupo com 12 bolsistas na UFRJ. ­Entrevistamos professores e diretores em várias escolas no Rio de Janeiro, em Duque de Caxias e em Nova Iguaçu. Há vários entraves. Um obstáculo tradicionalmente mencionado é o da falta de material didático. Hoje há uma quantidade substancial de fundamentos para ajudar o trabalho dos docentes. Não dá pra dizer, como se falava há dez anos, que não existe material. Porém, ainda não é suficiente. Há muitas histórias relacionadas às populações negra e indígena que nós não conhecemos. Estudo essas questões há muitos anos e estou sempre descobrindo coisas novas, é impressionante! A liberação de recursos por governos, tanto o federal quanto os estaduais, para financiar pesquisas históricas sobre as culturas afro-brasileira e indígena também é um problema. Outra dificuldade é a pouca quantidade de pesquisadores com trajetória nessa área. Historicamente a cultura e a história afro-brasileira não foi um tema prestigiado na academia. Precisamos qualificar quadros.

CE: Há alguma raiz histórica para essa forma de preconceito escolar?
AP: No Brasil existe uma ideia há décadas, principalmente desde o governo Vargas, de democracia racial. Essa concepção de certa forma tornou invisíveis os conflitos evidentes. Determinou a celebração de uma formação que não contemplava, tanto nas escolas quanto no senso comum, as matrizes negras e indígenas que são formadoras da sociedade brasileira. Celebrava-se a miscigenação, mas só estudamos a história da Europa, como se isso fosse dar conta do conceito de formação nacional. Existe igualmente o preconceito racial e há também um componente religioso, principalmente evangélico e em particular nas grandes cidades. Tenho conversado com amigos que lecionam em São Paulo e eles dizem que lá é muito parecido com o que observo aqui no Rio: existe uma demonização do continente africano. Quando você trata de algo sobre a população negra, especialmente a africana, muitos alunos acham que é coisa do diabo. Nesse sentido, há professores evangélicos que não aceitam trabalhar a sistemática da lei, ainda que ela passe ao largo de incluir conteúdos religiosos. São muitos os desafios.

CE: É como se essa ideia de “democracia racial” tivesse anestesiado conflitos necessários para o debate?
AP: Não acho que o debate precise de conflitos, mas sim da compreensão de que eles existem e estão aí. É preciso ver a sociedade brasileira tendo em mente a desigualdade. Discutir as relações étnicorraciais em nosso país e compreender que elas são historicamente desiguais e que, sim, se reproduzem hoje. Evidentemente existe racismo na escola. E não é algo velado e sutil, como muita gente diz. Eu observei e observo, tanto enquanto fui professor na rede municipal quanto agora, nas falas de meus alunos, futuros professores de História que fazem estágios em escolas públicas. Qualquer professor já presenciou casos de racismo onde trabalha, desde xingamentos entre alunos até a forma como funcionários ou mesmo colegas lidam com as diferentes crianças e jovens, ainda que sem intenção. É fundamental transformar a escola e enfrentar essa ideia de democracia racial com viés embranquecedor. É um desafio muito grande. Não se trata apenas de inserir um ou outro conteúdo, mas de transformar todo o próprio ensino. Não é simples, não. Mas pode contribuir para a construção de uma prática docente pautada pela pluralidade cultural e pelo respeito às diferenças.

CE: Que exemplos o senhor mencionaria de casos em que a história dita oficial ignorou ou desvirtuou a participação de negros ou indígenas?
AP: Publiquei este ano minha tese de doutorado, chamada “O mundo negro”, sobre relações raciais e a constituição do movimento negro no Brasil. Para isso passei um ano em pesquisas nos EUA. Minha ideia era pesquisar relações entre o movimento negro brasileiro e o norte-americano. Ao chegar, tive uma surpresa fantástica. A Frente Negra Brasileira foi uma organização criada em São Paulo, em 1931. Eu já tinha ouvido falar dela e estudado bastante. Em 1936, ela tornou-se um partido político que aglutinava milhares de pessoas em todo o Brasil, com ramificações na Bahia e em Minas Gerais, Pernambuco, Rio Grande do Sul. Muito grande. Alguns historiadores falam em 30 a 40 mil associados. Chegou a ser recebida por presidente da República nos anos 1930 e teve algumas demandas atendidas. Em 1937 todos os partidos políticos foram fechados por Getúlio Vargas no golpe do Estado Novo. E a gente não conhece. Você já tinha ouvido falar?
CE: Confesso que não.
AP: Mas de Martin Luther King e Panteras Negras você já tinha ouvido falar?
CE: Com certeza. Vimos até no cinema...
AP: Nessas pesquisas, encontrei a Frente Negra Brasileira, em 1935, apresentada ao público americano pelos jornais da imprensa negra como a mais poderosa organização fundada e criada na sociedade brasileira. Esses veículos tinham grande circulação, alguns em âmbito nacional, e publicavam reportagens superelogiosas, citando até uma organização em Porto Rico inspirada no grupo brasileiro. Algumas me deixaram boquiaberto: a organização sendo exposta como um exemplo a ser seguido pelos negros norte-americanos na busca por direitos civis. Isso na década de 1930! Antes das lutas que conhecemos bem: Martin Luther King, Malcom-X, Panteras Negras e tal. Elas só deslanchariam na década de 1950.
CE: Há quem atribua ao racismo a demora da academia e do público em reconhecer o valor de autores negros, como Cruz e Sousa. Houve uma segregação pedagógica de cunho racista?
AP: Isso me parece evidente. É só olhar para o mercado de trabalho. Recebi há pouco uma pesquisa do instituto Ethos que mostra como o quadro executivo das 500 maiores empresas do Brasil é composto de 94% de gerentes, diretores e chefes brancos. Há uma sub-representação dessas populações na literatura, nas artes em geral e na política. Quando se olha para o Congresso ­Nacional isso fica evidente. Há também uma questão de gênero, pois (os líderes) são principalmente homens brancos.
CE: E no caso da história indígena os obstáculos são os mesmos?
AP: Acredito que tanto a população negra quanto a indígena sejam tornadas invisíveis nas escolas, tanto no currículo quanto nas práticas dos professores. Mas há uma diferença quantitativa muito grande, principalmente nas grandes cidades. A população negra é mais da metade do total, enquanto a indígena não chega a 1%. O racismo se manifesta mais diretamente com relação à população negra.
CE: Como políticas públicas influem na ausência de conteúdos afro-brasileiros e indígenas nos programas escolares?
AP: No Brasil a gente estuda mais história da Europa do que os franceses. Estive na França há um ano e meio e um amigo brasileiro que é professor de História em uma universidade francesa me levou para conversar com seus alunos. Os franceses estudam menos história da Europa do que nós. É absurdo. Lá eles estudam muito a história nacional, da França. Aqui, todas as histórias que a gente não conhece são reflexos dessas políticas, de opções feitas para dar visibilidade a um setor populacional: a população branca de origem europeia. Se você analisar os personagens históricos negros do século XIX, por exemplo, terá a impressão de que havia mais do que no século XX. Lima Barreto, André Rebouças, seu pai, Antônio Rebouças, conselheiro do Império. Após os projetos do início da República, a quantidade de negros proeminentes parece que diminui. O que é um contrassenso, pois a população negra vem aumentando a partir daí.
CE: Existe algum estado da federação ou alguma região do País que mereça particular destaque na aplicação dessas leis?
AP: Não tenho dados para responder objetivamente, mas posso dizer que há esforços nesse sentido em alguns estados antes mesmo de as leis federais existirem. A Bahia é um exemplo: já tinha legislação determinando o estudo de história e cultura afro-brasileira desde 1996, sete anos antes da Lei 10.639/03. Um histórico de vanguarda institucional.
CE: E com relação a eventuais diferenças pedagógicas entre as redes privada e pública?
AP: Na rede privada deve ser ainda mais difícil, porque as redes públicas recebem material, normativas, estão mais dispostas a ser interpeladas pelo Ministério Público. Esse controle social é mais difícil na rede privada.
CE: O fato de que precisamos de leis para evitar censuras pedagógicas de cunho racista evidencia que famílias, academia e sociedade falharam?
AP: Creio que não. Essa lei é fruto de demandas da própria sociedade, não é uma iniciativa do Estado. Podemos apontar os atores sociais que foram protagonistas da construção da lei: movimento negro, professores, intelectuais. Em pesquisas, encontrei a carta de princípios de 1978 do Movimento Negro Unificado, uma das organizações importantes que tivemos ainda no regime militar. Lá já havia uma reivindicação pela reavaliação do papel do negro na história do Brasil. Antes disso, em 1931, a Frente Negra já tinha criado escolas para ensinar outra história à população negra. O texto da lei foi apresentado por uma organização a um deputado e se transformou em lei. Antes disso havia outras tentativas no Congresso de parlamentares negros como Abdias do Nascimento, Paulo Paim e Benedita da Silva.

Fonte: Carta na Escola


sexta-feira, 8 de novembro de 2013

CONSERVADORES SE UNEM CONTRA COTAS RACIAIS


http://www.brasil247.com/pt/247/brasil/120113/Conservadores-se-unem-contra-cotas-raciais.htm

CONSERVADORES SE UNEM CONTRA COTAS RACIAIS

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