quinta-feira, 25 de abril de 2013

Doações de fiéis fizeram Edir Macedo um bilionário


http://economia.terra.com.br/noticias/noticia.aspx?idNoticia=201304251955_TRR_82171839
 

'Bloomberg': doações de fiéis fizeram Edir Macedo um bilionário

25 de abril de 2013 • 16h55 •  atualizado 17h16
A fortuna de Macedo é estimada em US$ 1,2 bilhãoA fortuna de Macedo é estimada em US$ 1,2 bilhão
Foto: Reprodução

Em uma matéria extensa, de cinco páginas, a Bloomberg Businessweek apresenta o bispo brasileiro Edir Macedo: 68 anos, dedos deformados, uma "coroa" escassa de cabelos brancos e mais de cinco milhões de seguidores, "cujas doações nos últimos 36 anos o fizeram um bilionário". Macedo "se orgulha" de, atualmente, ter congregações em cerca de 200 países e, diz a Bloomberg, está constantemente viajando entre eles com a "frota de jatos particulares da igreja". Em sua biografia autorizada, é descrito um modelo Dassault Falcon, que pode custar mais de US$ 20 milhões. A revista afirma que, pelo ranking dos mais ricos do mundo, a fortuna de Macedo é estimada em US$ 1,2 bilhão, "inteiramente por conta de ser o dono do sistema de rádio e televisão Record". "O conglomerado produz telenovelas (às vezes bíblicas), reality shows com infusão de sexo e jornalismo que trata de crimes terríveis", diz a publicação, que lembra que o conglomerado possui ainda um canal de TV a cabo de notícias, "um punhado de emissoras de rádio", três jornais, uma empresa de produção de cinema, "e até mesmo um pequeno banco, bem como unidades de cabo e satélite espalhados por todo o mundo"."No Brasil, onde nasceu e foi criado, ele é uma grande figura nacional, objeto de dezenas de inquéritos criminais e dono da Record, a segunda maior rede de TV do País." A Businessweek lembra que Macedo é conhecido pela forma como se auto intitulou: "O Bispo". Macedo fundou a Igreja Universal do Reino de Deus, baseada na teologia da prosperidade, que relaciona fé ao sucesso financeiro, segundo a publicação. "Ele prega duas vezes por semana, frequentemente em duas cidades diferentes, e os sermões são assistidos com fervor nos sites das igrejas, em sua página no Facebook, e nas mini televisões que os taxistas brasileiros gostam de manter nos veículos", diz a revista. A publicação afirma que Macedo de vez em quando realiza eventos ao ar livre que atraem multidões, chegando a meio milhão de pessoas. Em fevereiro, lembra a Businessweek, ele se dirigiu a cinco mil pessoas em Belo Horizonte (MG), quando teria questionado à multidão: "qual é o maior país do mundo, economicamente falando? É a 'América', os Estados Unidos. Você sabe por quê? Porque, olhem para trás - vocês podem checar na internet - a colonização foi feita por homens que acreditavam na palavra de Deus. E eles eram dizimistas. É por isso que você vê na nota de dólar: 'Em Deus nós confiamos'." Segundo a Businessweek aponta, a doutrina de Macedo envolve doações de 10% da renda dos fiéis à igreja, como um "mandamento de Deus". A revista ressalta que o dízimo nunca foi parte da tradição católica brasileira e, para Macedo, isso explica muitos dos problemas do País. "Um homem de origens humildes, Macedo ofereceu seu próprio sucesso como prova (religiosa)", diz a revista. "Nossa cultura é retrógrada, uma cultura mesquinha, sem visão de futuro", teria dito. "Só você pode mudar essa situação. O dízimo é você no altar de Deus, assim como Jesus era o dízimo de Deus para a humanidade."A publicação afirma que para o promotor de Justiça de São Paulo, Silvio Luís Martins de Oliveira, as promessas de enriquecimento de Macedo são como fraudes. Em um caso de 2009, que acaba de ser iniciado o julgamento, o promotor acusa o bispo e três membros de alto escalão da igreja de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e sonegação de transferências financeiras internacionais. "Os pregadores fazem uso da fé, desespero ou da ambição (dos seus seguidores) para vender a ideia de que Deus e Jesus Cristo apenas olham para aqueles que contribuem financeiramente com a igreja", teria escrito Oliveira em uma denúncia criminal. Em sua descrição, a Igreja Universal enriquece os seus líderes muito mais do que seus fiéis. "Macedo tem orgulho de seu sucesso, mas torna perguntas sobre sua riqueza em questões espirituais. Ele declinou uma entrevista pessoal e escreveu em um e-mail dizendo: 'Do ponto de vista da minha fé em Jesus Cristo, sou o homem mais rico do mundo", afirma a Bloomberg Businessweek.A publicação lembra que o pastor também tem uma presença significante nos Estados Unidos, onde já reúne cerca de 60 mil seguidores, a maioria deles composta imigrantes latinos. "A igreja é uma anunciante regular no canal de língua espanhola, o Telemundo." Apenas em Angola, Macedo reúne meio milhão de fiéis.Compra da Record
A compra da Record por Macedo - então uma rede de televisão endividada - , custou US$ 45 milhões e foi realizada em 1989. Segundo a revista, essa transação levou a uma investigação por uma agência fiscal brasileira, que apontou que foram usados empréstimos sem taxas de juros da Igreja Universal para financiar a compra. Macedo teria sido multado por não haver declarado os empréstimos como renda. Em sua defesa, o bispo teria dito que comprou o registro da TV em nome da igreja para criar a primeira rede de televisão evangélica do País.
A Businessweek diz que o argumento não convenceu os fiscais, que junto a promotores, moveram uma ação, em 1997, procurando retirar a licença do grupo, alegando que a Constituição Brasileira proíbe instituições religiosas de manter rádios ou emissoras de TV. No processo, diz a revista, Macedo passou a afirmar que adquiriu a Record "para si mesmo". O caso se arrastou por mais de dez anos até que a Justiça Federal decidiu-se favorável a Macedo em 2011. De acordo com a revista, a Record arrecadou US$ 1,1 bilhão apenas em 2011, sendo que "boa parte" teria vindo da Igreja Universal. "A igreja compra cerca de seis horas diárias da programação, quase sempre após a meia noite, quando as propagandas são escassas", afirma. "Durante as horas mais rentáveis da Record, a igreja comanda sermões em outros canais."A Businessweek afirma que Douglas Tavolaro, chefe de notícias da Record, alega que o objetivo de Macedo é fazer da Record a rede número um do Brasil, para quebrar com a dominância da Rede Globo, "que ele vê como uma ferramenta da Igreja católica brasileira já estabelecida". Macedo, diz Tavolaro, "crê que o Brasil sofreu por décadas por conta desse monopólio midiático."Segundo a revista, os pastores de alto escalão possuem 12 emissoras locais de TV, três dúzias de emissoras de rádio, e uma série de empresas privadas que fornecem segurança às igrejas, serviços de contabilidade, e até planos de saúde. "Em um relatório que faz parte do caso de 2009, investigadores do Ministério da Fazenda constataram que, incluindo a Record, estas empresas receberam cerca de US$ 1,9 bilhão da igreja de março de 2002 a novembro de 2003", diz a revista. A assessoria de imprensa da igreja teria se recusado a comentar os negócios dos pastores, "referindo-se de forma ampla sobre uma lista detalhada de questões, incluindo pedidos para lançar luz sobre documentos públicos e o patrimônio líquido de Macedo, como 'mentiras'". A assessoria disse à Businessweek que Macedo nunca arrecadou um salário ou um dividendo da Record.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Em dossiê. denúncia contra agressões a ativistas anti-Feliciano

http://noticias.terra.com.br/brasil/politica/em-dossie-deputados-denunciam-agressoes-a-ativistas-anti-feliciano,be18d520bbe3e310VgnVCM20000099cceb0aRCRD.html

24 de Abril de 2013 atualizado às 22h15

Em dossiê, deputados denunciam agressões a ativistas anti-Feliciano

Membros da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos Humanos entregarão o documento ao presidente da Câmara nesta quinta-feira


Pastor Marco Feliciano é alvo de protestos populares desde que assumiu a Comissão de Direitos Humanos da Câmara Foto: Alexandra Martins / Agência Câmara
Pastor Marco Feliciano é alvo de protestos populares desde que assumiu a Comissão de Direitos Humanos da Câmara
Foto: Alexandra Martins / Agência Câmara
Deputados membros da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos Humanos (FPDDH) se reúnem nesta quinta-feira com o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), para entregar um dossiê contendo relatos de agressões sofridas por militantes durante sessões da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDH) da Casa. O grupo de parlamentares foi formado em oposição à eleição do deputado Marco Feliciano (PSC-SP) à presidência da CDH, fato que vem provocando manifestações populares há mais de um mês.

No documento, os deputados liderados por Erika Kokay (PT-DF) reúnem informações sobre oito casos de agressões que teriam sido praticadas na Câmara durante os protestos contra a permanência de Feliciano à frente da CDH, entre os dias 20 de março e 10 de abril. As vítimas foram identificadas como Kathlen Amado, Allysson Rodrigues Prata, Marcelo Regis, Luiza Eltevina Utta Ribeiro Habibe, Cristiano Lucas Ferreira, Maria das Graças Santos e Margareth Rose Santos Alves, e, segundo os deputados, são ativistas dos Direitos humanos.

A reunião com Alves está marcada para as 12h no gabinete da presidência. No encontro, os parlamentares da FPDDH entregarão também uma reclamação formal contra as declarações de Feliciano na sessão da CDH desta quarta-feira a respeito do "perfil" de pessoas que ele autorizaria a acompanhar os trabalhos da comissão. "Pedi que a polícia dessa Casa observasse o perfil das pessoas . Pelo perfil, se conhece, se tem segurança de que as pessoas que estarão na comissão, na audiência publica, vão participar de maneira ordeira. Por isso é que essas pessoas estão aqui", afirmou o deputado.


Terra

terça-feira, 23 de abril de 2013

CUIDE DA SUA ´SAÚDE

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Quanto menor a renda e a escolaridade, maior o respeito à lei, diz estudo da FGV


http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2013/04/23/quanto-menor-a-renda-e-a-escolaridade-maior-o-respeito-a-lei-diz-estudo-da-fgv.htm

Quanto menor a renda e a escolaridade, maior o respeito à lei, diz estudo da FGV

Do UOL, em São Paulo



  • João Wainer/Folhapress
    Mais da metade dos entrevistados acha que não será punido ao comprar CD ou DVD pirata Mais da metade dos entrevistados acha que não será punido ao comprar CD ou DVD pirata
Pesquisa feita na Faculdade de Direito da FGV-SP (Fundação Getúlio Vargas), divulgada nesta terça-feira (23), indica que as pessoas com menor renda e escolaridade tendem a respeitar mais as leis.

Você acha que quanto menor a renda e a escolaridade, maior o respeito à lei?

Resultado parcial
Inédito, o estudo foi elaborado pelo Centro de Pesquisa Jurídica Aplicada da faculdade entre o último trimestre de 2012 e o primeiro de 2013. Foram entrevistadas, por telefone, 3.300 pessoas maiores de idade nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Amazonas e do Distrito Federal.
Com as respostas, os pesquisadores elaboraram dois índices para avaliar a relação dos entrevistados com a Justiça: o subíndice de comportamento, que mede o nível de cumprimento da lei numa perspectiva individual; e o subíndice de percepção, que avalia como o entrevistado enxerga a eficiência da Justiça a partir de quatro indicadores (instrumentalidade, moralidade, controle social e legitimidade).
A partir dos dois subíndices, os pesquisadores chegaram ao IPCL (Índice de Percepção do Cumprimento da Lei), cuja escala vai de 0 a 10. Quanto maior o índice, maior o comprometimento com a lei. O índice médio dos brasileiros foi de 7,3. No subíndice de comportamento, a "nota" dos brasileiros foi de 8,6; já o subíndice de percepção foi de 7.
O grupo de entrevistados com renda até 2 salários mínimos (2 SM) obteve índice de 7,6, enquanto os que disseram ter rende superior a 12 salários mínimos alcançaram um índice de 7,2. Já os que ganham entre 2 e 4 salários obtiveram índice de 7,4. Para os que recebem de 4 a 12 salários, o índice foi de 7,3.
Na divisão por escolaridade, os entrevistados de baixa escolaridade obtiveram IPCL de 7,5, contra 7,1 dos de alta escolaridade. O pior desempenho foi dos entrevistados de média escolaridade, que tiveram IPCL de 7.

MAIS POBRES RESPEITAM MAIS AS LEIS

  • FGV-SP
A pesquisa indica ainda que aqueles que já se envolveram em processos judiciais tendem a desacreditar mais da Justiça. O IPCL para este grupo foi de 7,1, contra 7,3 daqueles que nunca precisaram usar o Judiciário.
Ambos os subíndices variaram pouco de Estado para Estado. O melhor desempenho no subíndice comportamento foi verificado no Rio Grande do Sul (8,8), enquanto que o Amazonas obteve o menor valor (8,4). No subíndice de percepção, a variação entre todos os Estados foi de 7,2 a 7,3.

Pirataria é mais tolerada

Para 82% dos entrevistados "é fácil desobedecer às leis no Brasil"; 79% responderam que "sempre que possível o brasileiro opta pelo 'jeitinho' ao invés de obedecer a lei"; e 54% avaliaram que "existem poucas razões para uma pessoa como eu obedecer a lei."

O QUE FEZ DE ERRADO NOS ÚLTIMOS 12 MESES?

  • FGV-SP
Segundo a pesquisa, 72% dos entrevistados afirmaram que atravessaram a rua fora da faixa de pedestres ao menos uma vez nos últimos 12 meses; 60% disseram ter comprado CD ou DVD pirata; 22% estacionaram em local proibido; 3% admitiram ter pagado propina a policiais ou funcionários para não levar multa; e 3% afirmaram ter levado itens baratos de uma loja sem pagar.

ACHA QUE SERIA CONDENADO SE...

  • FGV-SP
O levantamento apontou que 99% dos entrevistados condenaram as seguintes condutas: dirigir após beber, jogar lixo em local proibido, furtar itens baratos, estacionar em local proibido; 98% disseram ser errado pagar um agente para não ser multado, fumar em local proibido, e fazer barulho capaz de incomodar os vizinhos. A conduta menos desaprovada pelos entrevistados foi comprar CD ou DVD pirata (91%).
Sobre a eficácia da Justiça, 80% acharam que seriam punidos se furtassem artigos baratos; 79% se dirigissem após beber e 78% se estacionassem em local proibido. Comprar produto pirata (54%) e atravessar a rua fora da faixa (52%) são as condutas que, na opinião dos entrevistados, são menos passíveis de punição.
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Com nomes bizarros ou cópias fiéis, pirataria de eletrônicos é prática comum; veja "clones"34 fotos

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Com nome trocado ou copiando fielmente os dispositivos originais, a pirataria é uma prática comum na área da tecnologia. Na imagem, uma réplica do Galaxy SIII com TV, recurso que não está disponível no modelo original Leia mais Flávio Carneiro/UOL

MELHOR PALESTRA SOBRE COTAS

http://www.youtube.com/watch?v=Y8O6sCbJXok


EMÍLIO - A ESTRELA SOBE

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PERDOEM. MAS NÃO ESQUEÇAM!

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LANCEIROS NEGROS - 168 ANOS

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Hoje completam 168 anos do covarde Massacre de Porongos, onde os Lanceiros Negros foram entregues por seus comandantes a uma tocaia na Guerra dos Farrapos.
Que sejam eternamente lembrados por sua bravura.


EXEMPLO A SER SEGUIDO: MARTIN LUTHER KING JR.


http://www.facebook.com/photo.php?fbid=10200905285776102&set=a.2181557100160.224329.1283925839&type=1&theater

Um pastor que se tornou um líder político que lutava por direitos civis de minorias, contra a pobreza e a guerra, com uma campanha de não violência e amor ao próximo.

Há 45 anos era assassinado Martin Luther King Jr. Torcemos para que a sua mensagem de união continue inspirando a todos.

Via TV Cultura (http://www.facebook.com/tvcultura?ref=ts&fref=ts)







PORTAL ARQUEOLÓGICO DOS PRETOS NOVOS


http://pretosnovos.com.br/



  







 
 



Para melhor entendermos o comportamento das sociedades atuais, primeiramente precisamos compreender o processo de evolu��o dos povos. O estudo de ossos humanos encontrados em s�tios arqueol�gicos � de extrema import�ncia para o conhecimento das condi��es socioculturais das antigas popula��es. Muitos aspectos patol�gicos deixam marcas em ossos e, por isso, podem ser reconhecidos a partir do estudo cient�fico de amostras.
No s�tio arqueol�gico Cemit�rio dos Pretos Novos, localizado na rua Pedro Ernesto, no bairro da Gamboa, no centro da cidade do Rio de Janeiro, foi descoberto um dos mais importantes patrim�nios hist�ricos da humanidade.
Atrav�s deste portal, voc� vai poder conhecer um pouco desta fant�stica descoberta e ver tudo ilustrado em Imagens da Nossa Hist�ria. Desde a transforma��o do local em s�tio arqueol�gico at� as conclus�es dos estudos cient�ficos e as influ�ncias deixadas por popula��es negras africanas que vieram do outro lado do Atl�ntico para enriquecer o leque cultural do Brasil. Descobrindo os costumes, os h�bitos e a arte destes povos, torna-se mais f�cil pensar a origem da na��o brasileira enquanto reflexo na sociedade contempor�nea do pa�s.
 
 

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Mulheres com mestrado tem menor remuneração


http://monicaaguiarsouza.blogspot.com.br/2013/04/mulheres-com-mestrado-tem-menor.html

Terça-feira, 23 de abril de 2013

Mulheres, com Mestrado tem Menor Remuneração dos que com a mesma Titulação e Negros tem a menor representação


O número de mulheres com mestrado no Brasil é maior que o número de homens com a mesma titulação. Elas representam 53,5% dos mestres no país e eles, 46,5%. No entanto, em termos de remuneração, as mulheres ganham em média R$ 5.438,41, 28% a menos que os homens, que recebem R$ 7.557,31. Os dados foram divulgados onteme (22) pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) no estudo Mestres 2012: Estudos da Demografia da Base Técnico-Científica Brasileira.
Segundo o estudo, que utiliza dados do final de 2009, as mulheres têm uma participação maior (71%) nas áreas de linguística, letras e artes. Na área de ciências sociais aplicadas, onde a remuneração é maior, as mulheres representam 43,2% dos empregados. Na segunda área de maior remuneração, as engenharias, as mulheres têm a menor participação relativa entre os empregados, 27,9%.
Os números mostram que, dentro de uma mesma carreira, ocorre diferenciação. Nas engenharias, homens com mestrado ganham em média, R$ 8.430,18. As mulheres com a mesma formação e carreira, recebem em média, R$ 6.133,98. Em linguística, letras e artes, carreira em que são maioria, as mulheres recebem em média R$ 4.013,87 e os homens, R$ 4.659,60.
Um dos fatores para essa diferença salarial, explica a coordenadora técnica do projeto, Sofia Daher, assessora técnica do CGEE, é que existem "menos mulheres em cargos de confiança, nos quais os salários são maiores".
A diferença aparece também entre as regiões. "Em 2010, a remuneração média mensal dos mestres que eram mulheres era 44% menor do que a dos homens nas regiões Sudeste e Sul. Nas regiões Centro-Oeste e Nordeste, a diferença era respectivamente 38% e 37% enquanto que na Região Norte era 18%", diz o estudo.
"A diferença de remuneração por gênero é algo que temos que pensar e melhorar. A educação corrige uma parte, mas não corrige totalmente a distinção que está na sociedade", diz o presidente do CGEE, Mariano Laplane. O mesmo, segundo ele, se aplica para a população negra.
Os brancos, que correspondem a 47% da população, representam 80% dos mestres e doutores. Os pardos, que são 42% da população, representam 16% dos mestres e 12% dos doutores. Os negros são 8% da população, 3% dos mestres e 2% dos doutores.
Em dados gerais, de 1996 a 2009, a formação de novos mestres cresceu 10,7% no país. O Distrito Federal é a unidade federativa com maior número de mestres por habitante, 5,4 mestres por mil habitantes entre 25 e 65 anos de idade. Cerca de 43% desses profissionais atua na área de educação. A titulação oferece um aumento de salário, mestres recebem 83% a mais que graduados e doutores, 35% a mais que mestres.
"O mestrado é um treinamento rápido, de dois anos, que atende a uma demanda maior que o doutorado. O mestrado atende a uma demanda do setor produtivo da nossa economia. Temos conseguido expandir a etapa de ensino para regiões mais carentes, para formar mão de obra qualificada", diz Laplane.

Nenhum comen

Ministro Joaquim Barbosa recebe Medalha da Inconfidência



 
Presidente do Supremo defende cotas raciais durante homenagem em Ouro Preto Joaquim Barbosa diz que decisão da corte sobre a constitucionalidade das cotas sociorraciais em universidade seguiu ideais do alferes
Publicação: 22/04/2013 16:38 Atualização: 22/04/2013 16:40
Orador oficial da solenidade de entrega da Medalha da Inconfidência, em Ouro Preto, Barbosa recebeu o Grande Colar, homenagem máxima do governo mineiro, durante a cerimônia (Leandro Couri/EM/D.A Press)
Orador oficial da solenidade de entrega da Medalha da Inconfidência, em Ouro Preto, Barbosa recebeu o Grande Colar, homenagem máxima do governo mineiro, durante a cerimônia


Ouro Preto
– Um ano depois de o Supremo Tribunal Federal (STF) julgar ser constitucional a adoção de políticas de cotas raciais em instituições de ensino no Brasil, o presidente da corte, ministro Joaquim Barbosa, defendeu as cotas e disse que a decisão seguiu os ideais de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes. “No Brasil contemporâneo há progressos recentes na promoção do ideário de igualdade de Tiradentes, como é o caso do reconhecimento da desigualdade e da exclusão social histórica de que foi vítima um segmento-chave da comunhão nacional, os negros, fato que levou o nosso STF a chancelar as políticas de ações afirmativas para grupos sociais hipossuficientes em universidades públicas”, declarou Barbosa.

O presidente do STF disse ainda que muito deve ser feito para que o país tenha “pelo menos uma aceitável igualdade de oportunidades para todos os nossos concidadãos”. Para Barbosa, o Estado tem o dever de garantir a igualdade de todos, principalmente com políticas públicas para quem se encontra em situação de vulnerabilidade. Para referendar a política de cotas o presidente do STF citou Aristóteles e também Rui Barbosa: “O princípio da igualdade consiste em tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais na medida em que eles se desigualam”.

A decisão do Supremo completa um ano na sexta-feira, dia 26. Na ocasião foi votado por unanimidade que é constitucional a adoção de políticas de cotas raciais em instituições de ensino. Dos 11 ministros do tribunal, somente Dias Toffoli não participou do julgamento porque elaborou parecer a favor das cotas quando era advogado-geral da União. A ação julgada, protocolada pelo DEM, questionou o sistema de cotas raciais na UnB, com reserva de 20% das vagas do vestibular exclusivamente para negros e vagas para índios independentemente de vestibular.

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Orador oficial da solenidade de entrega da Medalha da Inconfidência, em Ouro Preto, Barbosa recebeu o Grande Colar, homenagem máxima do governo mineiro, durante a cerimônia. Antes da solenidade, pediu um fisioterapeuta de prontidão, por causa de suas fortes dores lombares, e teve um tenente da área médica da Polícia Militar à disposição.

AUSENTES
Dois dos homenageados na cerimônia ligados à presidente Dilma Rousseff (PT) não foram até Ouro Preto receber suas medalhas. A ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e a ministra do STF Rosa Maria Webber. Entre o primeiro escalão do governo federal, somente o ministro da Ciência e Tecnologia, Marco Antônio Raupp, foi à antiga capital mineira.

Já o senador Aécio Neves, provável nome do PSDB como candidato à Presidência da República em 2014, sentou ao lado direito de Barbosa e durante vários momentos da cerimônia os dois conversaram ao pé do ouvido. Do lado esquerdo de Barbosa estava o governador Antonio Anastasia (PSDB). Aécio, entretanto, em entrevista após a entrega das medalhas, descartou que a presença de Joaquim Barbosa teve um teor político. “Estamos homenageando um mineiro que é reconhecido não apenas no Brasil, mas no mundo, pela importância que tem”, afirmou o senador, que aproveitou para citar o recente julgamento do STF do mensalão, que condenou nomes importantes do PT.

sexta-feira, 19 de abril de 2013

HISTÓRIA - ARQUIVO MOSTRA ELO ENTRE COMÉRCIO DE ESCRAVOS E RIQUEZA DE INGLESES




http://www.ofensivanegritude.blogspot.com.br/2013/03/arquivo-mostra-elo-entre-comercio-de.html

sexta-feira, 1 de março de 2013

Arquivo mostra elo entre comércio de escravos e riqueza de ingleses

Pesquisa disponibiliza documentos inéditos com valores e nomes de donos de escravos que foram beneficiados com indenizações públicas após a abolição
Além do retorno financeiro obtido pelo próprio negócio da escravidão transatlântica (que funcionava de modo bastante similar ao de uma bolsa de valores dos dias de hoje), “investidores” privados da venda de pessoas ainda foram recompensados com grandiosas indenizações do governo inglês quando da abolição legal.
Dados tornados públicos a partir desta quarta-feira (27/02) em um arquivo na internet disponível para consulta revelam que quantias equivalentes a bilhões de libras esterlinas foram transferidas dos cofres públicos para “empreendedores” escravagistas, ou seja, muitas das fortunas de hoje estão diretamente ligadas à abolição da escravidão.
Pelos cálculos dos responsáveis pela pesquisa – centralizada na University College, de Londres –, nada menos que um quinto da riqueza dos britânicos da Era Vitoriana guardava relação com a escravidão. Entre os beneficiados, encontram-se, por exemplo, parentes do atual primeiro-ministro inglês, David Cameron, do Partido Conservador, assim como familiares do escritor George Orwell.

“Ao focalizar os proprietários de escravos, o nosso objetivo não é ‘nomear para envergonhar’ ['naming and shaming', na expressão em inglês]. Buscamos desfazer o esquecimento: a ‘re-relembrar’, como diz Toni Morrison, reconhecer as formas pelas quais os frutos da escravidão fazem parte da nossa história coletiva – incorporado em nosso país, nas casas de nossas cidades, nas instituições filantrópicas, nas coleções de arte , nos bancos comerciais e nas pessoas jurídicas, nas estradas de ferro, e nas formas que continuamos a pensar sobre raça”, explica Catherine Hall, pesquisadora-chefe da iniciativa, em artigo publicado no diário inglês The Guardian. “Proprietários de escravos se envolveram ativamente na reconfiguração decorrida após a escravidão, popularizando novas legitimações para a desigualdade que permanecem até hoje como parte do legado do passado colonial da Grã-Bretanha”, emenda.

O arquivo reúne 46 mil pedidos de “indenização” encaminhados por ex-donos de escravos ao governo britânico. São registros detalhados que, conforme descreve Catherine, “foram mantidos longe de todos aqueles que reivindicavam compensações” e que nunca tinham sido sistematicamente estudados antes. De acordo com ela, os documentos consistem em uma “nova luz” para se entender “como o negócio da escravidão contribuiu de forma significativa para a Grã-Bretanha tornar-se a primeira nação industrial”. O esforço de pesquisa vai de encontro, segundo a historiadora, ao desejo de homens e mulheres que almejavam que suas identidades como proprietários de escravos fossem esquecidas.

A exposição das entranhas políticas, econômicas e culturais da escravidão antiga se dá no mesmo contexto em que se fortalece um movimento nos países do Caribe (com Barbados à frente) que reivindica, junto aos governos das nações colonizadoras, formas de compensação pelos profundos danos causados pela exploração do comércio transatlântico de vidas humanas ao conjunto de ex-colonizados. Para a responsável pela pesquisa, o trabalho, que dá contornos mais palpáveis à dívida da “moderna” Grã-Bretanha com a escravidão “antiga”, tem o objetivo de contribuir “para uma compreensão mais rica e mais honesta das histórias conectadas do império”.


Fonte: Repórter Brasil

MOORE - A IMPOSSIBILIDADE DE UM NEGRO SER RACISTA


http://ofensivanegritude.blogspot.com.br/2010/10/impossibilidade-de-um-negro-ser-racista.html


sexta-feira, 29 de outubro de 2010

A Impossibilidade de Um Negro Ser Racista

Constantemente em rodas de conversas ouço alguém, leia-se branco, dizendo: “Os nego tão ficando racista” (...) “que nego racista”. O “racismo ao contrário” é bastante evocado em discussões sobre o tema; seja para transferir/redimir a culpa ou mascarar as mazelas causadas, exclusivamente, aos negros, pelo racismo. Os brancos estão passando por um surto de coitadismo. Frente a algumas iniciativas negras, nota-se um apequenamento e intensa tentativa de provar que negros estão tão racistas quanto brancos.

Vejamos o que Carlos Moore, em O Racismo Através da História, nos fala,
“... o racismo beneficia e privilegia os interesses exclusivos da raça dominante, prejudicando somente os interesses da raça subalternizada. O racista usufrui de privilégios e do poder total enquanto o alvo do racismo experimenta exatamente a experiência contrária.” Ele continua; “O racista se beneficia do racismo em todos os sentidos: econômica, política, militar, social e psicologicamente. Não somente ele se sente superior, mas vive uma vida efetivamente superior à vida daqueles que ele oprime.”

Carlos Moore
Ora, um negro pode até cometer algum tipo de preconceito contra uma pessoa branca, mas ele nunca cometerá racismo. Para isso ser possível a estrutura dominante mundial, ou no mínimo nacional, precisaria ser drasticamente mudada; os negros passariam de oprimidos a opressores. Aí sim, um negro poderia ser chamado de racista e usufruir “... privilégios econômicos e sociais que são negados à população-alvo.” Deter “... um poder hegemônico, de fato, na sociedade...” Que lhe permitiria “... reproduzir e perenizar as estruturas de dominação sócio-raciais em favor da sua prole e dos seus descendentes genéticos...” C. M. – Racismo Através da História.


Para haver um "racismo negro" a estrutura de poder teria que mudar.
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No documentário Café com Leite – Água e Azeite? O Antropólogo João Batista Félix resume bem a questão; “Discutir racismo no Brasil é discutir relação negro e branco. E discutir relação negro é branco é: o branco é racista e o negro não é racista. Eu, por exemplo, todo debate que eu vou não engulo mais essa discussão; - ‘Ah, mas tem negro que não gosta de branco’. Tem. Mas ele não é racista porque racismo é uma ação de poder; quem tem poder é o branco.”
Com a falácia de que o negro está racista iguala-se o racista branco com o “racista” negro – notem o perigo que isso representa; podendo um negro ser racista qualquer ação que vise à melhora de condições da raça (termo sócio-político-cultural) negra pode ser acusada de racista; cotas, por exemplo. Portanto, cuidado. Não sejam vocês reprodutores de um discurso de caráter, no mínimo, duvidoso.

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quinta-feira, 18 de abril de 2013

-PORQUE TER UMA BONECA NEGRA?

http://africas.com.br/portal/porque-ter-uma-boneca-negra/#.UXB8fUrKRIA

Porque ter uma boneca negra?

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- *Tradução do artigo Why Black Dolls Matter por Mabia Barros para o Blogueiras Negras
Quando era uma garotinha, Samantha Knowles nunca parou para pensar porque a maioria das bonecas que possuia – American Girl (tem bonecas como a nossa Amiguinha e outros modelos de bebê), Cabbage Patch Kids (são como a Moranguinho), Barbie – eram negras como ela. Mas bonecas negras não eram muito comuns na sua terra natal, o norte do estado de Nova York, cuja população continua avassaladoramente branca. Então quando Samantha tinha oito anos, uma de suas amigas inocentemente a perguntou “Porque você tem bonecas negras?”. E ela não soube bem o que responder.
Mas a pergunta marcou a garota e, na faculdade, ela começou a pensar como ela deveria responder à essa pergunta agora adulta. Finalmente, como uma graduanda em cinema na Universidade Darthmouth, ela conheceu um grupo pequeno mas apaixonado de entusiastas das bonecas negras que costumam colecionar e expor bonecas por todos os Estados Unidos, e para a sua monografia, Knowles, então com 22 anos, concluiu o documentário chamado “Why Do You Have Black Dolls?” (Por que você tem uma boneca negra? – em tradução livre) para articular a resposta.
Jillian Knowles em Why you have a black doll?Jillian Knowles em still do documentário da irmã, posando com a coleção de bonecas das duas.
O que a cineasta do Brooklyn não sabia é que sua mãe queria tanto que as filhas, Samantha e Jillian, tivessem bonecas de sua própria raça, que ela enfrentou longas filas nas lojas e fez encomendas para garantir que ela conseguisse uma das poucas versões negras disponíveis no mercado. “Meus pais fizeram questão de nos dar um monte de bonecas negras com uma gama enorme de estilos e formas”, diz Samantha Knowles. “Nós não tivemos apenas bonecas negras, mas a maioria delas era negra. Depois de começar a trabalhar no filme eu conversei muito com minha mãe e ela dizia ‘Ah, você não imagina o que eu tive que fazer para conseguir algumas dessas bonecas!’”
Muitas das entusiastas das bonecas negras, como Debbie Behan Garrett, autora do livro “Bonecas negras: Um Guia Completo para Celebrar, Colecionar e Experimentar a Paixão” (“Black Dolls: A Comprehensive Guide to Celebrating, Collecting, and Experiencing the Passion” – sem tradução no Brasil) sente o mesmo que a mãe de Samantha.
“Sou categórica sobre uma criança negra dever ter uma boneca que reflita quem ela é”, diz Garret. “Quando uma criança pequena está brincando com uma boneca, ela está imitando ser mãe, imitando o que vê em casa, e nos seus mais tenros e impressionáveis anos, eu quero que a criança entenda que não há nada de errado em ser negra. Se as crianças negras são forçadas a acreditar que a pele branca é melhor, ou que seja apenas a ela que tenham acesso, então elas podem começar a se perguntar ‘O que há de errado comigo?’”
O documentário de Samantha Knowles estreou em outubro passado no Reel Sisters of the Diaspora Film Festival na cidade de Nova York, onde ganhou o prêmio Reel Sisters Spirit. No filme, a criadora de bonecas Debra Wright diz que quando as garotinhas veem suas bonecas, elas gritam felizes “Olha só o cabelo dela! É igualzinho ao meu.”
Pesquisas mostram que este ponto de vista sobre bonecas é real. Em 1939 e 1940, os psicólogos negros Kenneth e Mamie Clark conduziram um estudo em que eles mostravam a crianças negras duas bonecas, quase idênticas, exceto que uma era branca, tinha cabelos louros e olhos azuis e a outra tinha pele negra e cabelo preto. Os pesquisadores perguntaram às crianças qual das bonecas era legal, qual das bonecas era bonita, qual das bonecas era inteligente, qual das bonecas elas preferiam brincar, etc., e as crianças majoritariamente escolheram a boneca branca como a que tinha atributos positivos. Quando a estudante de cinema Kiri Davis conduziu um estudo semelhante com bonecas em 2005 e quando a CNN perguntou a crianças negras sobre desenhos com várias cores de pele em 2010, ambos tiveram um resultado quase idêntico ao estudo de 1940. Mas em 2009, quando foi feito uma réplica do estudo original pelo programa da ABC, Good Morning America, este mostrou mais crianças negras preferindo bonecas negras.
Três bebês Nancy, primeira boneca produzida pela Shindana Toy Company, dedicada a fazer bonecas negras etnicamente corretas. Foto: Debbie Behan Garrett.
O filme entrevistou uma mulher chamada Debra Britt, que era a única garota negra na sua escola na cidade de Dorchester, Massachusetts nos anos 1950, e que cresceu cuidando de uma boneca bebê branca. Então a avó de Britt se intrometeu e começou a pintar bonecas brancas de marrom para a sua neta, além de ensinar como fazer bonecas africanas  de tecido utilizando cabaças e maçãs. “Minha avó vivia repetindo ‘Você não sabe de onde vem e precisa saber.’” Diz Debra. “E então ela me fez uma boneca de pano africana (inspirada em divindades femininas) e me contou a história da população negra.” Hoje em dia Britt comanda o Museu Nacional da Boneca Negra.
Bonecas – feitas à mão para parecer com as crianças que as amam ou com as divindades que seus pais adoravam – são encontradas por todo o mundo, em todas as culturas, todas as raças, desde tempos remotos. Na América (EUA) primitiva, todos, incluindo os escravos, faziam suas próprias bonecas. Nas grandes fazendas do sul, escravos deixavam que seus filhos colocassem um seixo em seus bonecos para representar cada medo ou preocupação e aliviá-los do peso de suas rotinas.
As primeiras bonecas manufaturadas em meados de 1800 foram produzidas na Alemanha e na França, países que dominaram a industrialização de bonecas de porcelana e biscuit no mundo ocidental por décadas. Mesmo as primeiras bonecas norte-americanas tinham cabeças e mãos produzidas na Alemanha. Não surpreende, então, que o ideal de beleza branco aristocrático da Europa tenha monopolizado o mundo das bonecas, apesar de ocasionalmente bonecas negras aparecerem entre as “belezas exóticas” de dançarinas ou personagens de ópera. Apesar de os escravos terem sido libertos em 1860 nos Estados Unidos, a maioria das famílias negras não podiam pagar pelas bonecas de porcelana europeias, que eram um item de luxo disponível para os muito ricos.
Os objetos que representam caricaturas racistas hoje conhecidas como “blackamore” ou “black Americana” cresceram no pós-guerra civil com os shows dos chamados “black faces”, onde afro-americanos eram mostrados como simplórios, com cabeças grandes parecidas com melancias achatadas, olhos arregalados e lábios vermelhos bem grandes. Essas caricaturas foram parar em livros infantis, como a série britânica “Golliwogg”, que continha várias black faces, que inclusive se transformaram em bonecos. A empresa de bonecos e livros infantis The Nancy Ann Storybook Doll Company fez personagens da história “A cabana de tio Tom” e a Reliable Doll Company foi uma das muitas que fez a Topsy, cuja característica principal era três nós de cabelo.
Mas ainda em 1910, ativistas precursores dos direitos civis Marcus Garvey e R.H. Boyd estavam brigando contra estes estereótipos. Boyd começou a sua companhia nacional da boneca negra (National Negro Doll Company) em 1911, importando porcelana fina europeia na cor marrom e vendendo nos Estados Unidos até que a empresa faliu em 1915.
O final da 2ª Guerra Mundial levou aos Estados Unidos um boom de empresas de produção de plástico desenvolvido durante a guerra. De repente, bonecas de vinil e plástico duro eram baratas e fáceis de produzir nas fábricas. Mas para a produção em massa de bonecas de plástico era tão simplificada que, para os empresários, fazer moldes especiais com características afro-americanas era um custo desnecessário. É por isso que as bonecas de plástico e vinil eram brancas. As bonecas negras que eram vendidas por empresas como Horsman ou Terri Lee eram na maior parte das vezes bonecas brancas pintadas de marrom. “Você não podia olhar para a boneca e classificar como uma representação verdadeira de uma pessoa negra”, diz Garret. “Por que era apenas uma versão marrom de uma boneca branca.”
Um display no Museu de Bonecas Negras Americano (The Black Doll Museum)
A única exceção para a regra da boneca branca pintada de marrom nos anos 1950 era a Sara Lee, que foi criada por uma mulher branca chamada Sara Lee Creech, que tirou mais de 500 fotografias de crianças negras para que a sua boneca tivesse o rosto correto. Ideal Toy Company vendeu a boneca de vinil entre 1951 e 1953, mas estas são quase impossíveis de achar agora. A boneca de vinil mais famosa, Barbie, que apareceu para o mundo em 1959, ganhou uma prima chamada Francie em 1966, explica Britt. Em 1967 a Mattel produziu a boneca Francie como uma mulher negra, mas ela não vendeu bem. Em 1968 a Mattel fez outra boneca negra, Christie, provavelmente feita por uma alteração no molde da amiga branca da Barbie menos glamorosa, Midge, que foi aceita como companheira da Barbie. Em 1969 eles apresentaram a Julia, inspirada no programa de TV “Julia”, em que Diahann Carroll interpretava uma enfermeira negra viúva. Foi só em 1979 que a Mattel se sentiu segura o suficiente para lançar uma Barbie oficial com a pele negra.
Desde a década de 1990, opções para pais que queiram comprar bonecas negras para suas filhas tem sido levemente estreitas. Houveram alguns esforços nobres, incluindo a Big Beautifil Doll, a primeira boneca gorda (full-figured), criada por Georgette Taylor e Audrey Bell em 1999; o desiner negro Byron Lars do African American Barbies, para a coleção de Barbies negras feitas entre 1997 e 2010; e a linha So In Style da Stacey McBride-Irby para a Mattel, lançada em 2009. Stacey passou a lançar o The One World Doll Project, com bonecas para brincar e para exposição multiculturais. Já em 2003, Salome Yilma liderou a fundação das EthiDolls, que eram feitas baseadas na imagem de mulheres africanas que foram líderes históricas e vinham com um verdadeiro livro com histórias de vida.
O museu de bonecas negras (The Black Doll Museum) utiliza bonecas para educar os visitantes sobre os momentos sofríveis e os inspiradores na história negra americana, que contém lições para americanos de qualquer raça. A mensagem é similar a do documentário de Samantha Knowles, “Why Do You Have Black Dolls?”: Porque bonecas nos dizem quem somos.
Veja o trailer do documentário:

terça-feira, 16 de abril de 2013

QUILOMBOS - "Temporada de caça aos quilombos"


https://conteudoclippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2013/4/12/temporada-de-caca-aos-quilombos

Temporada de caça aos quilombos

Autor(es): Márcio Santilli
Correio Braziliense - 12/04/2013
 

A Constituição de 1988 atribuiu ao poder público a obrigação de titular as terras ocupadas por comunidades remanescentes de quilombos. Essa determinação pretendeu resgatar a dívida histórica do país com os afrodescendentes que se refugiaram em comunidades fugidas da escravidão ou formadas após a abolição pelos que não foram absorvidos pelo regime assalariado. Elas fixaram-se ou permaneceram em locais mais ou menos remotos, quase invisíveis, e resgataram ou reconstruíram sistemas de subsistência e de compreensão do mundo que se traduzem em inúmeros conhecimentos tradicionais, manifestações culturais, na nossa música e culinária, na nossa cara.
Após quase 25 anos da promulgação da Constituição, só 207 comunidades têm títulos, segundo o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) — não há dados consolidados sobre títulos concedidos só por órgãos estaduais. A lista oficial de comunidades reconhecidas pela Fundação Cultural Palmares, porém, chega a 3 mil. É fácil constatar a letargia do Estado — em particular, do Incra, responsável por regularizar essas áreas na esfera federal — em pagar a parte mínima que lhe coube dessa monumental dívida histórica.
A taxa de titulação de quilombos pela União caiu drasticamente no mandato de Dilma Rousseff: só 632 hectares titulados até agora. A administração Lula titulou 21,4 mil hectares, entre 2003 e 2007, e 38,2 mil hectares, entre 2008 e 2010. Fernando Henrique Cardoso titulou 415,2 mil, em oito anos.
O argumento do governo atual de que é preciso concluir a regularização fundiária das terras já tituladas, antes de titular novas áreas, não se sustenta, diante da situação de risco social e físico em que vivem os quilombolas. É preciso avançar nas duas frentes.
O louvável reconhecimento oficial, desacompanhado da titulação, retira os quilombos da sua invisibilidade histórica para transformá-los em sujeitos de direitos a serem reconhecidos. A lentidão nos processos de titulação, no entanto, expõe essas populações, agudizando conflitos e ameaçando a vida dos quilombolas: cresce o número de casos de assassinatos, invasões, despejos.
Segundo a Comissão Pastoral da Terra (CPT), em 2012, dois quilombolas foram assassinados no Brasil. Em 2011, três foram mortos, três sofreram tentativa de homicídio e 77 foram ameaçados de morte. Em 2010, foram registradas 71 comunidades em conflito, abrangendo 6,9 mil famílias; já em 2011, foram registradas 100 comunidades em conflito, envolvendo 7,6 mil famílias.
Não faltam casos grotescos, de norte a sul, envolvendo interesses econômicos e políticos diversos e, não raro, agentes públicos federais em agressões aos direitos dos quilombolas.
Em Alcântara (MA), parte das 3,3 mil famílias quilombolas, cuja ocupação remonta ao século 18, corre risco de remoção por causa da ampliação da base de lançamento de foguetes da Aeronáutica.
O Quilombo da Pedra do Sal, na zona portuária do Rio de Janeiro (RJ), é constituído por 25 famílias descendentes de escravos trazidos para ali há mais de 200 anos. Tombado em 1987, é um dos principais redutos da história do candomblé, do samba e do carnaval carioca. Apesar disso, a Venerável Ordem Terceira de São Francisco da Penitência, da Igreja Católica, insiste em retirar os moradores. A região é alvo de projeto de "revitalização" (e da consequente especulação imobiliária) que integra as obras da Copa (2014) e da Olimpíada (2016).
Em Belo Horizonte (MG), 35 famílias formam o Quilombo de Mangueiras, descendentes de escravos que se fixaram, no século 19, em local situado, hoje, a 6,5km do Centro Administrativo de Minas Gerais. Ocupação desordenada e empresas envolvidas nas obras da Copa ameaçam a comunidade, cujas terras têm hoje apenas 20 hectares (1/12 do território original) e estão em estágio avançado de titulação.
Já no Vale do Ribeira (SP-PR), dezenas de comunidades estão ameaçadas por projetos hidrelétricos, um deles da Companhia Brasileira de Alumínio, da Votorantim. Eles podem provocar enchentes que ameaçam até a igreja do Quilombo de Ivaporunduva, de 300 anos.
O governo deveria ter vergonha de abdicar de sua obrigação de tutelar os direitos das minorias. No caso dos quilombos, deveria exercer sua autoridade para impedir que se instale no país uma verdadeira temporada de caça aos que simbolizam elemento essencial da identidade nacional.

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