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Terça-feira, 23 de abril de 2013
Mulheres, com Mestrado tem Menor Remuneração dos que com a mesma Titulação e Negros tem a menor representação
O número de
mulheres com mestrado no Brasil é maior que o número de homens com a
mesma titulação. Elas representam 53,5% dos mestres no país e eles,
46,5%. No entanto, em termos de remuneração, as mulheres ganham em média
R$ 5.438,41, 28% a menos que os homens, que recebem R$ 7.557,31. Os
dados foram divulgados onteme (22) pelo Centro de Gestão e Estudos
Estratégicos (CGEE) no estudo Mestres 2012: Estudos da Demografia da Base Técnico-Científica Brasileira.
Segundo
o estudo, que utiliza dados do final de 2009, as mulheres têm uma
participação maior (71%) nas áreas de linguística, letras e artes. Na
área de ciências sociais aplicadas, onde a remuneração é maior, as
mulheres representam 43,2% dos empregados. Na segunda área de maior
remuneração, as engenharias, as mulheres têm a menor participação
relativa entre os empregados, 27,9%.
Os números
mostram que, dentro de uma mesma carreira, ocorre diferenciação. Nas
engenharias, homens com mestrado ganham em média, R$ 8.430,18. As
mulheres com a mesma formação e carreira, recebem em média, R$ 6.133,98.
Em linguística, letras e artes, carreira em que são maioria, as
mulheres recebem em média R$ 4.013,87 e os homens, R$ 4.659,60.
Um dos fatores
para essa diferença salarial, explica a coordenadora técnica do
projeto, Sofia Daher, assessora técnica do CGEE, é que existem "menos
mulheres em cargos de confiança, nos quais os salários são maiores".
A diferença
aparece também entre as regiões. "Em 2010, a remuneração média mensal
dos mestres que eram mulheres era 44% menor do que a dos homens nas
regiões Sudeste e Sul. Nas regiões Centro-Oeste e Nordeste, a diferença
era respectivamente 38% e 37% enquanto que na Região Norte era 18%", diz
o estudo.
"A diferença
de remuneração por gênero é algo que temos que pensar e melhorar. A
educação corrige uma parte, mas não corrige totalmente a distinção que
está na sociedade", diz o presidente do CGEE, Mariano Laplane. O mesmo,
segundo ele, se aplica para a população negra.
Os brancos,
que correspondem a 47% da população, representam 80% dos mestres e
doutores. Os pardos, que são 42% da população, representam 16% dos
mestres e 12% dos doutores. Os negros são 8% da população, 3% dos
mestres e 2% dos doutores.
Em dados
gerais, de 1996 a 2009, a formação de novos mestres cresceu 10,7% no
país. O Distrito Federal é a unidade federativa com maior número de
mestres por habitante, 5,4 mestres por mil habitantes entre 25 e 65 anos
de idade. Cerca de 43% desses profissionais atua na área de educação. A
titulação oferece um aumento de salário, mestres recebem 83% a mais que
graduados e doutores, 35% a mais que mestres.
"O mestrado é
um treinamento rápido, de dois anos, que atende a uma demanda maior que o
doutorado. O mestrado atende a uma demanda do setor produtivo da nossa
economia. Temos conseguido expandir a etapa de ensino para regiões mais
carentes, para formar mão de obra qualificada", diz Laplane.
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