quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Quem diria, o “Doutor Escravo” é livre para criticar. E com a autoridade de quem faz saúde - Tijolaço

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Quem diria, o “Doutor Escravo” é livre para criticar. E com a autoridade de quem faz saúde

11 de agosto de 2015 | 08:12 Autor: Fernando Brito
delgado
Quem acha que os médicos cubanos são uns “cordeirinhos” que só dizem amém para os Governo deveria ler a matéria da Folha  ,hojecom Juan Delgado, que se tornou uma espécie de símbolo dos profissionais da ilha que vieram ao Brasil no programa “Mais Médicos”.
O “Dr. Escravo”, como pejorativamente o chamaram seus colegas brasileiros em Fortaleza , há exatos dois anos, mostra que seu compromisso é com a saúde das pessoas e não hesita em criticar a falta de remédios e outras carências que enfrenta nos cuidados que presta a comunidades indígenas no Oeste do Maranhão.
Imagine se não vai faltar nada em distritos de saúde indígenas, isolados no meio da mata, a horas de viagem por estradas de terra ou de barco? Claro que falta.
Mas já não falta tudo, sobretudo o médico.
Claro que a Folha pode ter carregado um pouco nas tintas, mas seja  assim ou não, Delgado já está lá há dois anos, tem mais um ano de contrato e quer ficar mais, mesmo dormindo em redes quando vai às aldeias e enfrentando um quadro de  atraso que não vai mudar de estalo.
É que ele, certamente, lembra do que é sua profissão e do valor que tem cuidar da vida e da saúde das pessoas.
Problemas sempre há, até aqueles gerados pelas coisas boas e justas: no “meu” postinho de saúde aqui no Tibau, em Niterói, às vezes minha consulta marcada para as sete da manhã só acontece lá pelas nove e meia. É que os idosos têm prioridade, entram antes e, dependendo de quantos venham ao posto, demora um pouco. Nem por isso vou reclamar, até porque já esperei tanto quanto lá em consultórios particulares, com a consulta custando os olhos da cara. Espero e sou tratado, e muito bem tratado, aliás por uma médica brasileira.
Tem gente, irritadinha, que quer dar chilique, chilique que não dá no privado. E tenho testemunhas de que tem gente que chega lá até de Pajero, carrão... O que acho, aliás, ótimo, porque é sinal de que ainda há esperanças de que, como diziam os padres nos casamentos “antigos” ao menos”na saúde e na doença” a gente possa ser igual .
Assim como vai ter gente usando as críticas do Dr. Delgado para desqualificar algo que, até dois anos atrás, sequer existia: a presença de serviço de saúde para estes “donos do Brasil” que o Brasil sempre desdenhou e maltratou.
Ao ponto de os “Doutores Livres” não quererem, de jeito nenhum, dar a cara naquelas lonjuras.
Outros mal mostram a cara para seus paciente, numa (in)cultura médica que repete o olhar de nossas elites para as pessoas do povo, que deveríamos ser todos.
O olhar sobre os “invisíveis “, que teimam em aparecer.

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