Ensino de história e cultura afro-brasileira é debatido na Câmara |
Por
iniciativa do deputado distrital Cláudio Abrantes, a obrigatoriedade do
ensino da história e da cultura afro-brasileira nas escolas do Distrito
Federal foi debatida na Câmara Legislativa na tarde da quinta-feira
(17), por parlamentares, professores, militantes do movimento negro e
representantes de órgãos distritais e federais.
A obrigatoriedade consta de legislação federal e distrital, mas ainda é desrespeitada nas escolas públicas e particulares do DF.
A
Câmara deverá analisar nos próximos dias uma Indicação à Secretaria de
Educação do DF para que garanta o cumprimento da legislação. A Comissão
de Educação, Saúde e Cultura também deverá cobrar a aplicação das
leis, conforme adiantaram os distritais que participaram do debate.
O
Cláudio Abrantes (PPS) lembrou a aprovação da constitucionalidade das
cotas raciais nas universidades pelo Supremo Tribunal Federal como um
avanço na luta pela valorização da população negra. Abrantes também
criticou a falta de envolvimento dos meios de comunicação na divulgação
de ações afirmativas e também da obrigatoriedade do ensino da temática
nas escolas.
A
Lei federal 10.639/2003 estabeleceu aquela obrigatoriedade nos
currículos escolares do ensino fundamental e médio. Já a Lei distrital
3.456/2004 regulamentou a aplicação da obrigatoriedade, no DF.
Para
o deputado Professor Israel (PDT) o cumprimento destas leis é
fundamental para a reestruturação do processo de educação no Brasil. \"É
uma missão difícil, demorada, mas a mais importante para modificarmos
nossa sociedade\", argumentou. Israel informou a criação nesta semana
na Câmara Legislativa da Frente Parlamentar pela Defesa e Promoção da
Igualdade Racial, de sua iniciativa.
A
deputada Arlete Sampaio (PT) considera que o cumprimento da lei vai
modificar o ensino da relação Brasil e África, recontando a história sob
outra ótica e \"desconstruindo muitos equívocos\".
Na
avaliação do presidente do Sindicato dos Professores de Escolas
Particulares, Rodrigo Pereira de Paula, algumas escolas estão usando
artifícios para ludibriar o cumprimento da lei. Ele defendeu que o GDF
fiscalize e exija das escolas particulares o cumprimento fiel da lei,
sem subterfúgios. \"Só se muda a sociedade por meio do processo
educacional. E no DF temos muito que avançar\".
Ações conjuntas -
O subsecretário de Ações Afirmativas da Secretaria de Promoção da
Igualdade Racial do GDF, Antônio Ferreira, destacou que a legislação
cria um direito conquistado com muita luta pelo movimento negro. Para
ele, no entanto, a implantação efetiva da lei depende de ações conjuntas
de vários órgãos para superar várias dificuldades.
Entre
os problemas relacionou a falta de material pedagógico adequado,
deficiência na formação dos professores e resistência ao ensino da tema
por gestores escolares e coordenadores pedagógicos. O subsecretário
também sugeriu a criação de cotas raciais para mestrados e doutorados.
Também
participaram da comissão geral os deputados petistas Wasny de Roure
(PT) e Chico Vigilante (PT) e representantes do ministério da Educação,
secretaria de Promoção da Igualdade Racial do Governo Federal e da
secretaria de Educação do GDF.
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domingo, 20 de maio de 2012
LEI 10639/2003 -
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