• • atualizado às 17h50
Pastor contrário a gays é indicado para Direitos Humanos da Câmara
Parlamentar evangélico causou indignação por declarações com teor homofóbico e preconceituoso contra negros em sua conta no Twitter
O Partido Social Cristão (PSC) na Câmara dos Deputados confirmou nesta terça-feira o nome do deputado Pastor Marco Feliciano (SP) para presidir a Comissão de Direitos Humanos (CDH) da Casa. Tradicionalmente, o colegiado trata de questões ligadas aos direitos de homossexuais. Por isso, grupos ligados a entidades de lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros (LGBTT) se preocupam em deixar a comissão sob o comando de um pastor evangélico - com posições claramente contrárias aos direitos adquiridos por essa parcela da população.
Deputados do PT, Psol e PCdoB estudam uma maneira de barrar a eleição de Pastor Marco Feliciano na presidência do colegiado, que está marcada para as 14h desta quarta-feira. O grupo ainda não definiu qual será a estratégia. Entre os parlamentares que lutam contra a indicação do pastor para presidir a CDH estão Érica Kokay (PT-DF), Jean Wyllys (Psol-RJ), Chico Alencar (Psol-RJ) e Manuela D'Ávila (PCdoB-RS). A CDH é composta por 18 deputados.
O parlamentar evangélico causou indignação por declarações com teor homofóbico e preconceituoso contra negros em sua conta no Twitter. O parlamentar também é autor de projetos polêmicos, entre eles o que pede a revogação da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que reconhece a união de pessoas do mesmo sexo, e a que descriminaliza o aborto de fetos anencéfalos.
Feliciano pede, inclusive, explicações ao Ministério da Saúde sobre viagens internacionais feitas por servidores da pasta para pesquisa e acompanhamento de programas sobre aborto seguro. O deputado também solicita à ministra da Cultura, Marta Suplicy (PT) -conhecida defensora da causa gay - que explique a necessidade de criação do comitê LGBTT no âmbito do ministério e quais os benefícios que o grupo pode trazer para a sociedade.
O pastor também propôs a criação do Programa Nacional “Papai do Céu na Escola”, a obrigatoriedade do ensino religioso em escolas públicas e disponibilização, em bibliotecas públicas, de edições da bíblia, inclusive com impressão em braile. Marco Feliciano tenta, ainda, proibir a veiculação de anúncios de prostituição em jornais e revistas de livre circulação.
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