http://www.palmares.gov.br/2013/05/rosane-borges-e-a-nova-coordenadora-do-cnirc/
Rosane Borges é a nova coordenadora do CNIRC
quarta-feira, 15 / maio / 2013
Pesquisadora em relações raciais defende o patrimônio e a valorização da cultura afro-brasileiro
Com ampla experiência em pesquisas nas áreas de comunicação e relações
raciais, Rosane da Silva Borges é a nova coordenadora do Centro Nacional
de Informação e Referência da Cultura Negra (CNIRC), da Fundação
Cultural Palmares. Nomeada hoje, (15/05), ela vai contribuir para o
fomento e a execução de atividades de estudo, pesquisa e referência da
cultura afro-brasileira. Rosane é doutora em Comunicação e já atuou
como coordenadora do Núcleo de Estudos Afro-Asiáticos da Universidade
Estadual de Londrina (UEL).
A coordenadora defende cultura como um
conjunto de ações e reflexões diretamente associadas ao legado africano e
afro-brasileiro. De acordo com Rosane, esses são importantes elementos
para a construção da história e memória do país. “Se considerarmos que o
negro não contribuiu com a formação do país, mas o construiu, teremos
aí um passo decisivo para formular um outro projeto de nação em que
todos, negros, brancos e indígenas, possam se reconhecer na justa medida
de sua humanidade”, explica.
Para Borges, colocar a cultura negra no
centro do debate representa, antes de tudo, oferecer ao Brasil uma
oportunidade para que ele se reconheça como um país profundamente
enraizado nas práticas negro-africanas. “Acredito que aquilo que
chamamos de cultura negra é o que faz o Brasil, Brasil”, afirma.
Ela defende ainda o trabalho em parceria
entre políticas culturais e ações afirmativas, como recurso fundamental
para a transposição do racismo e acesso à geração de renda, bens
sociais, materiais e econômicos. “É necessária a construção de novos
parâmetros educativos que permitam o alcance efetivo e a consolidação da
equidade, o que ainda não temos plenamente no Brasil”.
Planos futuros – Como
gestora da Fundação palmares, Rosane propõe a sistematização de estudos e
pesquisas referentes ao patrimônio material e imaterial do país. As
manifestações artísticas, o incentivo à produção teórica e a difusão dos
saberes afro-diaspóricos, possibilitam dimensionar a multiplicidade da
cultura negra na vida nacional e a articulação das práticas culturais
negro-africanas.
“Acredito que o CNIRC é uma instância
fundamental para o combate ao racismo e a promoção da igualdade racial,
mostra-se como um organismo estratégico para a construção e difusão de
novos referenciais”, disse. A dinamização plural da cultura, o
empreendimento, nas fronteiras do serviço público, de projetos
destinados a mostrar a fisionomia do país, põem em relevo os seus
múltiplos contornos”, completou.
Ações governamentais –
De acordo com Rosane, o desenvolvimento de iniciativas sociais e
governamentais atuam como instrumentos de fomento e valorização da
cultura negra que tem por objetivo promover a visibilidade e a
importância dos povos historicamente discriminados. “O reconhecimento de
que a cultura negra é ubíqua e abrangente, devolveria a essas políticas
um papel importante de ampliar a visibilidade do legado negro africano
como patrimônio cultural brasileiro”, destaca.
A exemplo disso, Rosane fala da aliança
entre educação e cultura como instrumento de implementação da Lei
10.639. A idéia é investir na formação docente, produção de subsídios,
articulação com todos os sujeitos que integram a escola e outros espaços
formativos afim de resgatar a contribuição do povo negro nas áreas
social, econômica e política pertinentes à história do Brasil.
“A Fundação Palmares precisa de um plano
de ação capaz de oferecer ações para que a cultura africana e
afro-brasileira atravesse as praticas pedagógicas das escolas
brasileiras e outros espaços de formação”.
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