domingo, 1 de dezembro de 2013

CULTURA NEGRA E POLÍTICAS PÚBLICA



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Políticas públicas para cultura negra são tema de debate no Senado

hilton-cobra-3 Brasilia (Brasil) – “Nós, gestores, precisamos estar preparados para alterar o processo excludente que ainda insiste na sociedade, sobretudo na área da cultura”, disse Hilton Cobra (foto), presidente da Fundação Cultural Palmares – MinC (FCP), durante audiência pública da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado Federal nesta segunda-feira (25). A atividade celebrou os 25 anos da instituição e os 10 anos da SEPPIR (Secretaria de Políticas da Promoção da Igualdade Racial).
Na plenária presidida pelo senador Paulo Paim, estiveram presentes as ministras da Luiza Bairros e Marta Suplicy (Cultura), além do ex-presidente da FCP – MinC, Carlos Moura e da representante do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial, Rosane Borges.
Os integrantes da mesa ressaltaram a importância das políticas públicas como porta para oportunidade de inserção da população negra na sociedade. Nesse sentido, Hilton Cobra, destacou ser necessário também repensar os caminhos trilhados até o momento e projetar trajetórias entre as várias rotas possíveis para que seja alcançado o fim da discriminação. “É preciso atingir caráter irrevogável e essencial para que as políticas públicas endereçadas às culturas negras convertam-se, efetivamente, em um mecanismo capaz de transpor assimetrias sociais”, disse.
Ministra Luiza Bairros
Ministra Luiza Bairros
Para o Cobra, quando destacadas as culturas negras, estas exigem especial atenção pela sua capacidade de se manifestar em todas as partes do território nacional em um só momento. “É impossível a consolidação de um projeto de nação sem que nele esteja implicada uma política cultural afinada com os anseios e demandas mais prementes de toda a sociedade”, concluiu.
Marta Suplicy elogiou os passos dados por essas duas instituições promotoras da igualdade racial, que são marcos na relação do Estado com os afro-brasileiros. “Ambas são instrumento institucional de diálogo que fizeram muita diferença na construção de políticas sem as quais não é possível progredir no combate à discriminação”, afirmou.
Juventude Negra – Logo no início da sessão, o estudante Kiluanji Graciano leu uma carta na qual reflete o olhar social sobre o negro no Brasil. “Sempre que me preparo para sair de casa, meus pais perguntam se estou com minha identidade”, disse. Ele explicou que se trata de uma maneira de evitar problemas com policiais acostumados com os estereótipos em torno da juventude negra
Para Kiluanji, assim como para muitos jovens, não é fácil aceitar que o simples “sair de casa” tenha que ser precedido de obrigações como conferir a identidade para não ser agredido. Por alguns momentos, muitos com certeza gostariam de ser mais livres. “Não que eu desconheça o racismo. O que incomoda é o fato de ele ser tão eficiente”, ressaltou.
Negros e desenvolvimento – A ministra da SEPPIR argumentou que grandes questões desafiam o Brasil para consolidar todas as conquistas adquiridas nos últimos anos. “Essas conquistas têm sido sombreadas pelo que ainda não conseguimos resolver. Uma dessas sombras é o genocídio”, afirmou
Luiza Bairros reforçou que os negros constituem a maioria da população brasileira e que o Governo deve tomar cuidado para não deixar mais de 100 milhões de pessoas fora dos programas de desenvolvimento. “Não se pode mais planejar o Brasil sem considerar que o negro é maioria” disse, ressaltando que um erro desse nível seria desastroso para o país. | Fonte: Palmares

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