http://oglobo.globo.com/rio/carnaval/2015/origens-do-carnaval-a-marca-da-cultura-negra-na-festa-sao-debatidas-na-casa-do-saber-globo-15182558
Origens do carnaval e a marca da cultura negra na festa são debatidas na Casa do Saber O GLOBO
Jornalista Flávia Oliveira entrevistou Haroldo Costa num bate-papo sobre a folia de Momo nesta quarta-feira
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Haroldo lembrou que, nas primeiras brincadeiras do carnaval brasileiro, nos tempos do entrudo, os negros escravizados não tinham quase nenhuma participação. A primeira influência deles na festa se deu depois que senhoras negras, vestidas de branco, começaram a entoar suas canções em procissões religiosas (elas dariam origem às baianas da festa). Mais tarde, nas grandes sociedades, grupos chegavam a comprar a carta de alforria de escravos e apresentá-los, já libertos, em cima dos carros alegóricos. Mas foi só com o surgimento dos blocos do subúrbio, na virada do século passado, que os negros passaram a ter destaque.
Esses mesmos blocos, lembrou Haroldo, deram origem a escolas como a Estação Primeira de Mangueira, na década de 1920. No início, no entanto, seus enredos contavam apenas a história oficial do Brasil. Até a temática negra surgir no Salgueiro, na década de 1950. Mesma agremiação que, em 1960, pelas mãos do carnavalesco Fernando Pamplona, homenageou pela primeira vez um herói negro na avenida: Zumbi dos Palmares.
— A partir daí, as escolas começam a olhar para um outro Brasil — disse Haroldo, numa conversa em que foram lembradas as influências da cultura negra em várias características das agremiações, do toque das baterias à dança dos passistas.
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