OAB cria Comissão Nacional da Verdade sobre a Escravidão
Publicado há 2 horas - em 7 de fevereiro de 2015 » Atualizado às 10:31 Categoria » Esquecer? Jamais
Cerimônia de posse da Comissão Nacional da Verdade da Escravidão NegraElza Fiúza/Agência Brasil
Karine Melo no Agência Brasil
Resgatar
a história da população negra no Brasil, inclusive as atrocidades
cometidas à época da escravatura, para fazer sugestões de políticas
públicas e ações afirmativas para construir uma igualdade plena no pais –
este é o objetivo da Comissão Nacional da Verdade sobre a Escravidão
Negra criada pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados Brasil (OAB).
Inspirado
na Comissão Nacional da Verdade, que investigou o período da ditadura
militar no Brasil, o grupo, composto por 57 membros – dez advogados, 35
consultores e 15 convidados do Judiciário e do Ministério Público – terá
prazo de dois anos para concluir o trabalho. A expectativa é que um
relatório parcial das atividades seja divulgado no final deste ano, já o
documento final está previsto para dezembro de 2016.
“Queremos
buscar todas aquelas ações da escravidão que persistem até hoje e fazem
do país um campeão da luta contra a desigualdade, da discriminação e do
racismo. É preciso que investiguemos a fundo os fatos da escravidão,
assim como a Comissão Nacional da Verdade investigou fatos da ditadura e
da tortura que persistem até hoje, a nossa comissão também pretende
abolir, encerrar, banir os fatos que existem na escravidão até hoje”,
destacou o presidente do colegiado, que tomou posse hoje, Humberto
Adami.
Para a realização dos trabalhos, a ministra de Direitos
Humanos, Ideli Salvatti, disse que o governo federal estará à disposição
para ajudar no que for necessário. A comissão também terá parcerias com
entidades como a Fundação Zumbi dos Palmares, o Instituto de Pesquisa e
Estudos Afro-Brasileiros (Ipeafro) e o Instituto Nzinga Mulher Negra,
além de universidades brasileiras.
Apesar do esforço no âmbito da
OAB, o presidente da entidade, Marcus Vinicius Furtado Coêlho, cobrou do
governo federal uma comissão nos moldes da que foi empossada hoje pela
Ordem. “Somos um só Brasil. Queremos uma nação de iguais. O fim do
racismo e do preconceito, não admitindo a intolerância e a
discriminação, são fundamentais para a construção de uma sociedade
justa, solidária e fraterna.”
A cerimônia de posse da comissão
teve a apresentação da banda mirim do Olodum, de Salvador; da cantora
Martinha do Coco e do grupo Tambores do Paranoá, do Distrito Federal.
Quilombolas de Paracatu, em Minas Gerais, também se apresentaram no
evento.
A banda mirim do Olodum tocou na cerimônia de posse da comissão Elza Fiúza/Agência Brasil
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