quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Rolezinho da arte, ativistas negros vão em grupo a vernissages

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Rolezinho da arte, ativistas negros vão em grupo a vernissages

Num canto da galeria, alguém perguntava baixinho que turma era aquela, em referência aos 25 negros que ocupavam em massa o pequeno e branquíssimo espaço da Millan, em São Paulo.

Na semana passada, durante a abertura de uma exposição do artista Afonso Tostes, que em seu trabalho discute escravidão, entre outros assuntos, a casa da Vila Madalena virou cenário de uma performance ao mesmo tempo silenciosa e desestabilizadora.


Eles chegam um a um, até de repente se tornarem mais numerosos do que o público habitual –em grande parte branco– dos vernissages. São artistas, ativistas e escritores todos negros que formam o elenco dessas ações batizadas de "Presença Negra", lembrando a tática de guerrilha dos "rolezinhos" que tomaram a cidade no ano passado.

"Só estar lá já é muito para a gente", diz o artista Peter de Brito, um dos idealizadores da performance. "Existe uma dificuldade de olhar para a gente, rola um constrangimento", completa Moisés Patrício, também autor da ação.

Na galeria, diante de ferramentas que tiveram seus cabos torneados na forma de ossos humanos, o grupo não levantava a voz, nem fazia nada para chamar a atenção, mas era alvo de olhares insistentes e ficava isolado dos outros visitantes da mostra.

"Senti os olhares, mas talvez seja pelo meu turbante ou o cabelão crespão", diz Tula Pilar, que participava da ação. "Não me incomoda porque estou acostumada, mas, como eles não convivem com a gente, isso tem um impacto."

http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2015/02/1584260-em-rolezinhos-da-arte-ativistas-negros-vao-em-grupo-a-vernissages.shtml

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